Urgente: Precisamos de santos!
O Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa. (Papa Francisco, Gaudete et Exsultate, 1)
“Santidade é para mim?”
Ei cristão, esse chamado é especialmente para você! As primeiras palavras do Papa nesta exortação são fortes e bem claras: o Senhor nos quer santos, deseja que nossa vida fuja do normal, brilhe, incomode e faça resplandecer a sua glória.
Você pode pensar: “Ah, mas é difícil ser santo como a Igreja mostra!”. Se está pensando no santo de altar, você está certíssimo/a, é difícil mesmo, mas isso abordaremos em outro artigo.
Falamos aqui da santidade mais comum a todos os fiéis que pisaram e pisarão nesta terra; a santidade que acontece nos lares, famílias, trabalho, escolas, paróquias, enfim, o chamado primeiro de todo o cristão.
O selo da santidade
Batismo. Quando recebemos este sacramento foi-nos conferida a graça do Espírito Santo, o autor da santidade em nós.
Ele é o “cara” designado para cercar nossa vida de dons e virtudes necessárias para atingir, já aqui nesta terra, a bem-aventurança. Lembre-se que estamos falando do nível básico de santidade!
É dever do cristão cultivar as virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade) e seguir os mandamentos da Lei de Deus para obter a vida eterna. Isso está explícito na passagem de Mateus 19,17, quando um jovem pergunta a Jesus sobre a vida eterna, ele responde simplesmente: “Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos”.
Imagine se todos seguissem à risca os 10 mandamentos? Sonho lindo!
Porém, sabendo que o Batismo não apaga a nossa inclinação para o mal e que muitas vezes nos afastamos de Deus, Jesus adornou a sua Igreja com os auxílios necessários para retomar a comunhão com o Pai e por consequência retornar ao caminho de santidade com força.
O sacramento da confissão é uma poderosa arma:
“No entanto, a vida nova recebida na iniciação cristã (Batismo) não suprimiu a fragilidade e a fraqueza da natureza humana, nem a inclinação para o pecado, a que a tradição chama concupiscência, a qual persiste nos batizados, a fim de que prestem as suas provas no combate da vida cristã, ajudados pela graça de Cristo. Este combate é o da conversão, em vista da santidade e da vida eterna, a que o Senhor não se cansa de nos chamar.” (CIC – Catecismo da Igreja Católica – 1426)
“Ah, pra quê ser santo?”
Quer ir para o céu? Pois bem, lá só entra santo! Não adianta povo, na hora do juízo particular ou minha vida ganhará o carimbo das coisas do Alto ou das coisas da terra, como disse Pe. Léo em sua última aparição pública.
Devemos sempre, a cada dia e momento lembrar que o nosso destino é viver eternamente, e que este mundo é passageiro. Agora, basta saber como você quer passar a eternidade: se na presença de Deus ou no fogo eterno (uma homenagem ao padre José Augusto).
Mas, e a misericórdia? Alguém pode perguntar. Pois bem, não seria um ato de misericórdia dar a cada um aquilo que sempre buscou e amou durante sua vida terrena? Se alguém viveu longe de Deus, praticando a injustiça, maltratando o seu próximo, seria justo dar a essa pessoa a bem-aventurança eterna?
Pensa aí…
Dicas práticas
Continuando. Quer viver como um cristão de verdade, desapegado dos bens transitórios? Veja só, existe uma forma bem prática que nos permite viver com os pés na terra, mas a mente (e coração) no céu:
“Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos Céus!
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus!
Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.” (Mt 5 3-12)
O Papa cita a mesma passagem como caminho de santidade: “Nelas (Bem-Aventuranças) está delineado o rosto do Mestre, que somos chamados a deixar transparecer no dia-a-dia da nossa vida”.
Yo sé quien soy
Entendeste? A santidade nada mais é do que transparecer o Cristo, deixar brilhar para o mundo a vida verdadeira que vem do Céu!
Começamos este parágrafo com esta frase em espanhol, que traduzida significa “Eu sei quem sou”. Tirada do livro de Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, ela traz um elemento basilar para a nossa vida terrena.
Cristão, você tem uma identidade muito clara e uma meta a cumprir, siga firme! Você É FILHO DE DEUS! Não permita que os bens temporais, as preocupações passageiras, as tentações, pecados, e o demônio moldem sua mente neste mundo:
“Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” (Cl 3,2-3)
Grava isso na sua mente, você está morto para esse mundo! Significa que toda a sua capacidade de amar, viver, sentir deve ter uma única meta que é o Céu.
Devemos ter sempre as “malas” para partir a qualquer momento, seja no limiar da vida como São João Paulo II, ou na juventude como Carlo Acutis aos 15 anos, ou ainda no auge da realização pessoal como Santa Giana Beretta Molla.
Faça um exame de consciência e responda a algumas perguntas:
Se eu partir hoje, como vou me apresentar ao Senhor?
Estou realizando minha vocação à santidade que adquiri no Batismo?
Quais coisas na minha vida hoje podem receber o “carimbo do céu”?
0 Comments