Servo de Deus Padre Alberto Fuger: História e santidade
Padre Alberto Fuger, nascido em Dinsheim, Alsácia Francesa, no dia 14 de maio de 1892, foi um missionário incansável e um exemplo de caridade e devoção cristã. Sua trajetória de vida é marcada por uma profunda dedicação ao serviço pastoral, à educação e ao cuidado dos mais necessitados. Conhecido pela sua humildade e carisma, Padre Alberto deixou um legado espiritual significativo em Campo Belo, Minas Gerais, onde viveu seus últimos anos de vida. A seguir, vamos conhecer mais sobre a história deste Servo de Deus, sua caminhada religiosa e seu compromisso com o próximo.
Início da vida e vocação
Padre Alberto Fuger começou seus estudos primários com os Capuchinhos de Strasbourg. Ainda jovem, ingressou na Companhia de Jesus em 31 de março de 1913, em Feldkirch, Áustria, começando assim sua jornada religiosa. Ele iniciou o curso de Filosofia em 1915, mas precisou interrompê-lo por dois anos para servir como enfermeiro de guerra durante a Primeira Guerra Mundial, finalizando seus estudos em 1920.
Sua vocação missionária o trouxe ao Brasil em 1921, onde começou a trabalhar em Florianópolis, no Colégio Catarinense, desempenhando múltiplos papéis como professor de Francês e Matemática, além de ser Prefeito dos Alunos e cuidar do museu. Após esse período, retornou à Europa para estudar Teologia em Valckemburg, na Holanda, onde foi ordenado sacerdote no dia 26 de agosto de 1925.
De volta ao Brasil, Padre Alberto serviu em diversas localidades, incluindo Florianópolis, Pareci Novo (RS) e Porto Alegre. Durante esses anos, desempenhou uma ampla variedade de funções: foi Prefeito Geral, Prefeito Espiritual, Diretor da Congregação Mariana e professor de várias disciplinas, como Latim, Geografia, Filosofia e Religião. A sua atuação sempre foi marcada pela excelência e pelo profundo zelo pastoral, sendo reconhecido como um excelente jesuíta e um homem santo.
Em 2 de julho de 1948, por iniciativa própria, Padre Alberto Fuger saiu da Companhia de Jesus. Recomendado pelo Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, foi aceito na Diocese de Oliveira, sendo enviado a Campo Belo, onde iniciou um trabalho notável em favor dos pobres e dos doentes. Ali, ele passou a residir na Vila Vicentina Furtado de Menezes, dedicando-se ao cuidado dos doentes mentais, pobres e abandonados.
Em Campo Belo, Padre Alberto Fuger desempenhou um papel fundamental no atendimento aos mais necessitados. Ele viveu na Vila Vicentina, onde se tornou diretor e cuidou dos residentes como um verdadeiro pai. Dotado de um profundo conhecimento em Psiquiatria, estudado em Zurich, ele tratava dos doentes mentais com grande carinho e paciência, sendo capaz de acalmar os pacientes nas crises e trazer-lhes paz.
Padre Alberto era conhecido por seu modo especial de tratar os enfermos, utilizando uma abordagem que combinava sabedoria médica, empatia e amor cristão. Muitas vezes, diagnosticava doenças complexas quando outros médicos encontravam dificuldades. Seu compromisso com os doentes era tão profundo que, além de capelão, ele agia como médico e enfermeiro, dando assistência espiritual e material aos que mais precisavam.
Além disso, Padre Alberto foi assistente eclesiástico da Ação Católica de Campo Belo, Vigário Cooperador da Paróquia Senhor Bom Jesus e colaborou intensamente em várias paróquias vizinhas, sempre oferecendo seu apoio durante festas religiosas, especialmente na Semana Santa. Sua generosidade era tamanha que ele doava os seus honorários como professor do Colégio São José para o caixa da Vila Vicentina, mostrando seu desprendimento e dedicação ao bem comum.
Espiritualidade e missão
A espiritualidade do Servo de Deus Padre Alberto Fuger era marcada pela devoção à misericórdia e pela entrega total à missão evangelizadora. Ele pregou mais de 300 retiros espirituais ao longo de sua vida sacerdotal, sempre buscando aproximar as pessoas de Deus e fortalecê-las na fé. Seu carisma era evidente, e sua presença trazia consolo e esperança a todos que o procuravam.
Em 1950, mudou-se para a Vila Vicentina, onde viveu até o fim da sua vida. A pedido de Padre Alberto, as Pequenas Irmãs da Divina Providência abriram uma casa religiosa na Vila, ampliando o cuidado e o apoio aos doentes e necessitados. Sua ação foi crucial para transformar a Vila em um lugar de acolhimento, marcado por um ambiente de paz e espiritualidade.
Padre Alberto Fuger faleceu no dia 17 de dezembro de 1970, no Hospital São Vicente de Paulo, em Campo Belo, vítima de hemorragia cerebral. Assistido por seu amigo, Dr. Wilson Massoti, e pelas suas queridas irmãs da Divina Providência, Padre Alberto partiu desta vida como viveu: cercado de amor e de fé. Seu corpo foi sepultado na Capela São Vicente de Paulo da Vila Vicentina, e seu túmulo se tornou um local de peregrinação e devoção, onde numerosos fiéis buscam sua intercessão.
Padre Alberto deixou um legado imenso em Campo Belo, onde dedicou 22 anos de sua vida ao serviço dos pobres, à educação e à direção espiritual. Em sua homenagem, uma escola e alguns estabelecimentos comerciais na cidade receberam seu nome. Apesar de ter sido uma figura notável, ele viveu com simplicidade, não deixando bens materiais além de seus objetos pessoais e alguns livros. Sua maior herança foi, sem dúvida, o exemplo de uma vida dedicada ao próximo e à causa de Cristo.
Em 17 de setembro de 1997, iniciou-se o processo de beatificação de Padre Alberto Fuger, reconhecendo suas virtudes heroicas e seu serviço excepcional à Igreja e à comunidade. A fama de sua santidade se espalhou pela região e além, graças aos testemunhos das muitas graças alcançadas por sua intercessão. Padre Alberto é lembrado como um verdadeiro servo de Deus, que viveu em total entrega ao amor divino e ao serviço dos mais vulneráveis.
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