São João Paulo II consagrou o mundo à Maria

Por ocasião da Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, no dia 8 de dezembro de 1981, o então Papa São João Paulo II, realizou um ato de consagração do mundo e da Igreja à Maria. Meses antes, no dia 13 de maio ele havia sofrido uma tentativa de assassinato, atribuindo o milagroso desvio da bala, à intercessão de Nossa Senhora.

Abaixo, a oração de consagração que você realizar mais uma vez, para que se renove também a nossa esperança na salvação deste mundo que hoje, tanto sofre. Oremos:

ATO DE CONSAGRAÇÃO DA IGREJA E DO MUNDO À MARIA SANTÍSSIMA

 Ó Tu, que mais que todos os outros seres humanos foste consagrada ao Espírito Santo, ajuda a Igreja do Teu Filho a perseverar na mesma consagração, a fim de que possa derramar sobre todos os homens os inefáveis bens da Redenção e da Santificação, para ser liberta a criação inteira (cf. Rom 8, 21).

Ó Tu, que estiveste com a Igreja nos inícios da sua missão, intercede por ela para que, indo por todo o mundo, ensine continuamente as Nações todas e anuncie o Evangelho a toda a criatura. A palavra da Verdade Divina e o Espírito do Amor encontrem acesso nos corações dos homens, que sem esta Verdade e sem este Amor não podem na realidade viver a plenitude da vida.

Ó Tu, que do modo mais pleno conheceste a força do Espírito Santo, quando Te foi concedido conceber no Teu seio virginal e dar à luz o Verbo Eterno, obtém para a Igreja poder continuamente levar a que renasçam da água e do Espírito Santo os filhos de toda a família humana, sem qualquer distinção de língua, de raça e de cultura, dando-lhes de tal modo “poderem tornar-se filhos de Deus” (Jo 1, 12).

Ó Tu, que estás tão profunda e maternalmente ligada à Igreja, precedendo — nos caminhos da fé, da esperança e da caridade — todo o Povo de Deus, abraça todos os homens que estão a caminho, peregrinos através da vida temporal para os eternos destinos, com aquele amor que o mesmo Redentor divino, Teu Filho, derramou no Teu coração do alto da cruz. Sê a Mãe de todos os nossos caminhos terrestres, mesmo quando eles se tornem tortuosos, para que todos nos encontremos, no fim, naquela grande Comunidade que o Teu Filho chamou Rebanho, oferecendo por ela a sua vida como Bom Pastor.

Ó Tu, que és a primeira Serva da unidade do Corpo de Cristo, ajuda-nos, ajuda todos os fiéis, que sentem tão dolorosamente o drama das divisões do Cristianismo, a procurarem com constância a via da unidade perfeita do Corpo de Cristo mediante a fidelidade incondicionada ao Espírito de Verdade e de Amor, que lhe foi dado à custa da Cruz e da Morte do Teu Filho.

Ó Tu, que sempre desejaste servir! Tu que serves como Mãe toda a família dos filhos de Deus, obtém à Igreja que, enriquecida pelo Espírito Santo com a plenitude dos dons hierárquicos e carismáticos, prossiga constantemente para o futuro pelo caminho daquele renovamento que provém do que diz o Espírito Santo e encontrou expressão no ensinamento do Vaticano II, assumindo em tal obra de renovamento tudo o que é verdadeiro e bom, sem se deixarem enganar nem numa direção nem na outra, mas discernindo assiduamente entre os sinais dos tempos aquilo que serve ao advento do Reino de Deus.

Ó Mãe dos homens e dos povos, Tu conheces todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Tu sentes maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas que agitam o mundo — acolhe o nosso grito dirigido no Espírito Santo, diretamente ao Teu coração e abraça com o amor da Mãe e da Serva do Senhor os povos que mais esperam este abraço, e ao mesmo tempo os povos cuja consagração Tu também esperas de modo particular. Toma debaixo da tua proteção maternal a família humana inteira que, com afetuoso transporte, a Ti, ó Mãe, nós confiamos. Aproxime-se para todos o tempo da paz e da liberdade, o tempo da verdade, da justiça e da esperança.

Ó Tu, que mediante o mistério da Tua particular santidade, liberta de toda a mancha desde o momento da Tua conceição, sentes de modo especialmente profundo que “toda a criação geme e sofre… nas dores do parto” (Rom 8, 22), enquanto, “submetida à caducidade”, “alimenta a esperança de ser ela também liberta da escravidão da corrupção” (Rom 8, 20-21), contribui, sem descanso, para a “revelação dos filhos de Deus”, que “espera com paciência a criação mesma” (Rom 8, 19), para entrar na liberdade da sua alegria (cf. Rom, 8, 21).

Ó Mãe de Jesus, glorificada agora no Céu no corpo e na alma, como imagem e princípio da Igreja, que deverá alcançar o seu termo na idade futura — aqui na terra, até quando venha o dia do Senhor (cf. 2 Ped 3, 10) não deixes de brilhar diante do povo peregrino de Deus como sinal de segura esperança e de consolação (cf. Lumen Gentium, 68).

Espírito Santo Deus, que és adorado e glorificado com o Pai e o Filho! Aceita estas palavras de humilde consagração dirigidas a Ti no coração de Maria de Nazaré, Tua Esposa e Mãe do Redentor, que também a Igreja chama sua Mãe, porque, desde o cenáculo do Pentecostes, d’Ela aprende a própria vocação maternal! Aceita estas palavras da Igreja peregrina, pronunciadas entre as fadigas e as alegrias, entre os medos e as esperanças, palavras que são expressão de entrega humilde e esperançada, palavras com que a Igreja — confiada a Ti, Espírito do Pai e do Filho, no cenáculo do Pentecostes para sempre — não cessa de repetir juntamente contigo, Maria, ao seu Esposo divino: Vem!

“O Espírito e a esposa dizem ao Senhor Jesus ‘Vem’ ” (cf. Ap 22, 17). “Assim a igreja universal apresenta-se como povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Lumen Gentium, 4).

Assim repetimos nós hoje: “Vem”, confiando na tua maternal intercessão, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria.

São João Paulo II Coroa Imagem de Maria

Oração de São João Paulo II

Basílica de Santa Maria Maior

8 de Dezembro de 1981

Segundo fonte de Vaticano.va

 

0 Comments

Leave a Comment

Login

Welcome! Login in to your account

Remember me Lost your password?

Lost Password