Jesus, a imagem do Pai Misericordioso: aquele que busca o perdido.

“…e vai em busca daquela que se perdeu.” (Lc 15,4)

Envolvidos neste chamado que o Pai tem feito a cada um de nós, membros do Movimento Aliança de Misericórdia, a voltarmos à Sua casa, neste mês queremos direcionar nosso olhar para Jesus, que é a imagem do Pai Misericordioso. O Papa Francisco, na Bula Misericordiae Vultus, nos diz: “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. O Pai, ‘rico em misericórdia’ (Ef 2,4), depois de ter revelado o seu nome a Moisés como ‘Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade’ (Ex 34,6), não cessou de dar a conhecer, de vários modos e em muitos momentos da história, a sua natureza divina. ‘Na plenitude do tempo’ (Gl 4,4), quando tudo estava pronto segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai (cf. Jo 14,9). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus.” (MV 11).

Por meio de Jesus, que deixa as noventa e nove ovelhas para ir ao encontro daquela que se perdeu, experimentamos o amor misericordioso de Deus. No capítulo 10 do Evangelho de João, é dito que Jesus é o Bom Pastor, que cuida com zelo e amor das ovelhas. Mas neste mesmo capítulo uma expressão que nos chama atenção é que Ele também se define como “a porta das ovelhas” (cf. Jo 10,7-9). Jesus vai em busca daquela ovelha que se perdeu, mas também nos faz um convite: por meio d’Ele, que é a porta, podemos entrar na casa do Pai. A casa do Pai é o lugar para os pecadores, para aqueles que precisam da misericórdia. E Jesus, que é a imagem do Pai Misericordioso, não só nos busca e nos resgata, mas nos convida a entrar na casa do Pai.

“… e vai em busca daquela que se perdeu” (Lc 15,4).

Somos chamados a “ter em nós os mesmos sentimentos de Cristo” (cf. Fl 2,5). Isso nos lembra o convite que nossa irmã Maria Paola nos deixou em sua carta-testamento: a sermos bons, amorosos, acolhedores, humildes e compassivos. Por fim, ela resume tudo isso nos convidando a ter o coração de Jesus como o nosso ícone, pois somente com o nosso coração, unido e configurado ao coração de Cristo, é que poderemos nos tornar expressão do amor misericordioso do Pai, tornando-nos com Ele, a porta da casa do Pai.

“… e vai em busca daquela que se perdeu” (Lc 15,4)

É pela intimidade com Jesus, buscando ser semelhantes a Ele, que podemos viver essa passagem porque, como Ele, queremos que cada vez mais pessoas possam se encontrar com o Pai, que abraça as nossas misérias e nos convida a deixar o pecado. Como Ele, vamos ao encontro de todos, não só daqueles que estão “fora do redil”, mas também dos nossos irmãos de comunidade que, assim como nós, precisam constantemente se sentir abraçados pelo Pai Misericordioso. Com Ele, transbordando misericórdia em cada movimento, podemos alcançar TODOS aqueles que se sentem perdidos e não sabem como retornar à casa do Pai.

Este mover de Deus para irmos até aquela ovelha que se perdeu pode ser contemplado através da vida de uma jovem vocacionada, aqui do movimento de Manaus. Alcançada pelas redes sociais, ela decidiu ir a um evento católico da diocese. Em um dos momentos, enquanto chorava muito, uma das nossas irmãs se aproximou, conseguiu conversar com ela e, ao longo do tempo, iniciou um caminho de pastoreio e amizade. Um tempo depois, essa mesma jovem, que começou a participar do carisma nesse processo de pastoreio, trouxe para um evento da comunidade um amigo de outra religião. Pela acolhida que sentiu em nossa casa, esse jovem se aproximou, conheceu mais sobre o carisma, participou do encontro Thalita Kum e hoje busca os sacramentos na Igreja Católica.

Essa é a dinâmica da Misericórdia no nosso meio: somos alcançados pelo Filho, rosto do Pai Misericordioso, entramos pela porta do Seu Coração e Ele, em sua bondade, nos transforma em portas para que mais pessoas, toda humanidade, possa viver nas entranhas de Sua Misericórdia.

Que neste mês possamos, com Jesus, ir em busca daquele que se perdeu e que a porta esteja sempre aberta: a porta do nosso coração, da nossa casa, das nossas fraternidades, grupos… Que todos tenham acesso, através de cada um de nós, ao rosto do Pai e, assim, caminhemos juntos rumo à Sua Casa.

Para vivermos juntos:

• Retomar o contato com três pessoas que eram próximas de você e/ou do carisma, de maneira que você possa, com paciência e amizade, ir em busca da ovelha que se perdeu e ser porta para o retorno à casa do Pai.

• Meditar o testamento espiritual da nossa irmã Maria Paola e escolher uma característica do coração de Jesus que você se sente chamado a colocar em prática, para viver esse caminho de configuração a Cristo, que é imagem do Pai Misericordioso.