Frei Orlando: O capelão herói da FEB e patrono do SAREx

Frei Orlando, um verdadeiro soldado de Deus e da Pátria, ingressou voluntariamente na Força Expedicionária Brasileira (FEB) e marcou a história com sua coragem, fé e devoção ao serviço dos soldados e necessitados. Sua trajetória de vida, desde os primeiros anos em Minas Gerais até sua atuação no front da Segunda Guerra Mundial, demonstra um compromisso inabalável com os valores cristãos e patrióticos. Sua memória é eternamente reverenciada no Brasil, sendo Patrono do Serviço de Assistência Religiosa do Exército (SAREx).

Vocação religiosa

Nascido em 13 de fevereiro de 1913, em Morada Nova, Minas Gerais, Antônio Álvares da Silva, mais tarde conhecido como Frei Orlando, ficou órfão muito cedo. Criado por uma família adotiva, cresceu em um ambiente de fé e valores cristãos. Desde a infância, demonstrou um forte chamado religioso, sendo coroinha e nutrindo grande apreço pela Igreja.

Aos dez anos, conheceu franciscanos holandeses e decidiu ingressar no seminário. Em 1931, viajou para a Holanda, onde completou sua formação religiosa na Ordem Franciscana. Retornou ao Brasil em 1935 e foi ordenado sacerdote em 1937, tornando-se Frei Orlando, o primeiro franciscano mineiro.

Em São João del-Rei, Frei Orlando lecionou no Colégio Santo Antônio e fundou a “Sopa dos Pobres”, envolvendo soldados do 11º Regimento de Infantaria na assistência aos mais necessitados. Seu espírito missionário e sua devoção à Virgem Maria o levaram a assumir a direção da Congregação Mariana, incentivando a caridade e o serviço ao próximo.

Capelão militar na Segunda Guerra Mundial

Com o envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial, Frei Orlando se voluntariou como capelão militar da FEB. Em 1944, embarcou com os pracinhas para a Itália, levando não apenas assistência espiritual, mas também apoio moral e humano aos soldados. Celebrava missas em condições adversas, consolava feridos e ajudava italianos afetados pela guerra.

No front, Frei Orlando era reconhecido por sua coragem e alegria. Seu lema “Passei pela vida sorrindo, embora tivesse motivos para chorar” reflete sua resiliência e fé inabalável.

Em 20 de fevereiro de 1945, véspera da conquista de Monte Castelo, Frei Orlando seguia para levar conforto aos soldados da 6ª Companhia quando foi acidentalmente atingido por um disparo. Suas últimas palavras foram a oração da Ave Maria. Sua morte causou comoção entre os combatentes, que o velaram com honras militares e religiosas.

Sepultado inicialmente na Itália, seus restos mortais foram trasladados para o Brasil e hoje repousam em São João del-Rei, sua terra de missão.

Frei Orlando foi condecorado postumamente com as medalhas Sangue do Brasil e de Campanha. Seu exemplo de serviço a Deus e à Pátria inspirou gerações e o levou a ser reconhecido como Patrono do Serviço de Assistência Religiosa do Exército.

Seu testemunho de fé, caridade e amor ao próximo permanece vivo, especialmente entre os Congregados Marianos e os militares brasileiros que seguem seu exemplo de dedicação à paz e ao serviço ao próximo.

Que Frei Orlando interceda por todos nós, fortalecendo nossa fé e nosso compromisso com o bem.

 

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