Festa das Tendas 2023 | Pregação da manhã: Viver transfigurados
Com a condução de Pe. Henrique e Pe. Isaac, sobre a vida transfigurada em Cristo, com base no Evangelho de Lucas 9,28-36, a segunda pregação da manhã propôs uma meditação sobre a direção em que está o nosso olhar.
“O mistério está no cume da montanha, Jesus pega os mais íntimos e os leva para cima, mas subir custa.” (Pe. João Henrique)
Pe. Henrique explicou que a vida é feita de sacrifícios, mas, se no sofrimento conseguimos permanecer de pé, podemos entrar na alegria da transfiguração: “Nós podemos viver transfigurados ou podemos viver desfigurados”. Assim como o Beato Carlo Acutis, um jovem que descobriu a beleza da Eucaristia e dizia que “a tristeza é o olhar voltado para si; a felicidade é o olhar voltado para Jesus”.
Quando voltamos nosso olhar para Cristo, nós somos transfigurados, assim como o salmista nos convida: “Contemplai-o e estareis radiantes, vosso rosto não ficará envergonhado” (Sl 34,6)
Padre Isaac, por sua vez, nos levou a pensar sobre as adversidades do cotidiano, onde somos convidados a entregar e unir o nosso sofrimento ao sofrimento de Cristo, não pelas nossas próprias forças, mas pela própria graça que Ele nos concede, indo além das dificuldades: “Deus quer te tirar de uma água rasa para ir a uma água mais profunda, mas não pelas próprias forças, mas pelo dom d’Ele”.
“Fomos feitos para ir além, não tenha medo de ir mais fundo, de ir além.” (Pe. João Henrique)
Padre Henrique relembrou que, não por acaso, o Senhor chamou os mesmos apóstolos do Monte Tabor em sua transfiguração, chamou também para o Getsêmani, na sua paixão, em seu momento de dor antes da crucificação.
Partilhou sobre a evangelização na cracolândia (SP), que para a sociedade não tem solução, mas “com Deus tem jeito”; jovens e adultos pedem ajuda e são acolhidos em casas para sair daquela situação de miséria e drogadição.
Um desses jovens, Ítalo, que tem 36 anos, testemunhou sua história com suas feridas e a dor da perda dos pais logo quando criança. Ele se envolveu no mundo das drogas, caindo no vício do crack, morando nas ruas durante 12 anos. Conheceu a Aliança de Misericórdia por meio da Casa Restaura-me, que fica no Brás, em São Paulo, onde recebeu um olhar de misericórdia através da Íris, uma das funcionárias, que o motivou a se abrir para a recuperação.
Em seu emocionante testemunho, Ítalo fez um apelo: “Se você tem um parente, um amigo, ou passa perto de alguém que você deseja ajudá-lo ou já cansou de ajudá-lo, não desista, por que essa pessoa não é dura, apenas deve ter sofrido muito e é muito dificultoso para ela se abrir. Até a própria abertura é vergonhosa e eu falo isso por experiência própria. Se uma pessoa em cada cidade tiver esse pensamento, podemos mudar o mundo”.
Após o período de recuperação, agora ele vive na Cidade Rahamim, espaço sustentável que foi sonhado e idealizado para reinserir socialmente aqueles que passaram pelas ruas e vícios. Recuperados, encontram neste local um lugar de acolhida e amparo.
Para saber mais sobre a Cidade Rahamim, clique aqui.
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