Evangelização Querigmática e Carismática  -Palavra do Mês de Novembro

Recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (cf. At 1,8). 

Pelas inúmeras experiências de evangelização que fizemos nestes anos de Comunidade, acreditamos que as duas dimensões, querigmática e carismática, sejam inseparáveis e que ambas conduzam a uma libertação integral, a uma transformação total: “Mas, recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e a Samaria, e até os confins da terra” (At 1,8). 

Na palavra deste mês, queremos meditar e aprofundar o tema da nossa evangelização querigmática e carismática. Quando nascia a Aliança de Misericórdia, Dom Gil sintetizou, de forma linda, o nosso chamado: Evangelizar para Transformar. É isso mesmo, meus irmãos, precisamos evangelizar com os dons do Espírito, mas na força do nosso carisma. Como evangelizar para transformar, se não for pela ação do Espírito? Mas atenção: nossa evangelização não deve ser somente querigmática e carismática; ela precisa ser acompanhada pelo Amor Misericordioso. 

No início da Aliança, fomos convidados para pregar um retiro de cura e libertação em um bairro de SP e, ao começar, no meio da multidão, vimos uma mulher que estava totalmente destruída; ela transmitia, através de seu rosto sofrido, que sua vida tinha sido muito cruel. Na hora do intervalo, fomos até ela e lhe perguntamos se estava tudo bem. Ela nos respondeu com raiva e nos disse que o marido tinha falecido há 15 dias. Na hora do velório, havia descoberto que o esposo morreu de HIV e que tinha outra família, a qual se apresentou no dia do enterro para velar o corpo. A mulher continuou nos contando que foi orientada a fazer o teste para verificar se também estava com HIV e, para sua surpresa, seu exame deu positivo. Nela havia uma dor que nos colocava diante da nossa impotência, e só lhe pedimos se, durante o encontro, podíamos orar por ela. 

Durante os dois dias de retiro, nos momentos de oração, a mulher viveu a experiência do repouso no Espírito Santo várias vezes e, a cada vez, se levantava de uma forma diferente: entendemos que ela estava constantemente nos braços do Espírito Santo. 

Recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (cf. At 1,8). 

No final do retiro, essa nossa irmã nos testemunhou o que havia acontecido. Disse que chegou ao encontro cheia de amargura e raiva, mas que conseguiu perdoar o esposo, pois fez uma forte experiência com o Amor de Deus Pai. Naquele momento, ficou claro para nós o que significa evangelizar na força do nosso carisma e na potência do Espírito Santo. Sentimos que o Evangelho estava vivo; Jesus olhou para essa mulher com a mesma compaixão com que havia olhado para a viúva de Naim, enquanto ela acompanhava seu filho único para o enterro (cf. Lc 7,11-15). 

Entre os dons do Espírito que acompanham nosso carisma, nunca poderá faltar este olhar de compaixão que Jesus dirige para todos aqueles que encontra no seu caminho. 

A nossa evangelização precisa ser acompanhada deste olhar de Misericórdia, deste olhar que penetra no mais íntimo e faz do evangelizado, um evangelizador. Essa mulher, depois de alguns meses, nos procurou na Missa de cura, com alguns exames nas mãos, e nos disse: “Vim aqui para proclamar o poder de Deus: fui curada, não tenho mais nada!”. 

Meus irmãos, durante o encontro, o Senhor já tinha realizado a cura maior em sua vida; foi com Seu olhar de Misericórdia que curou e transformou seu pranto em alegria.  

Através da nossa evangelização querigmática e carismática, tantas vidas são atingidas, tantos irmãos são restaurados. São transformadas as vidas daqueles irmãos da cracolândia que, depois da oração, pedem para sair da rua; muitas pessoas são convertidas, curadas, libertas pelas ‘palavras de ciência’ que o Senhor nos doa; tantos jovens mudam de vida depois do Thalita Kume tantas famílias são reconciliadas graças ao Caná. Louvamos a Deus, pois a nossa evangelização é na força do carisma, no olhar de Misericórdia que entra no sofrimento, no grito de tantos irmãos. 

No final de uma celebração da Missa de cura, quando Jesus Eucarístico passava no meio do povo, havia uma mulher que foi levada até à Igreja pelos seus amigos. Ela estava destruída pela depressão, mas, quando Jesus passou perto dela, ouviu uma voz que saía do ostensório e que dizia: “Minha filha, você não precisa estar nesta situação, seja curada”. Ela testemunhou, aos prantos, que não precisava mais tomar remédio para viver; estava livre! Através dos dons do Espírito, a Misericórdia chega aonde nós nem imaginamos. 

Recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (cf. At 1,8). 

A grande graça dos carismas é fruto de uma profunda intimidade com o Espírito Santo. Na experiência de Pentecostes, os discípulos, logo que fizeram a experiência do “vento impetuoso”, começaram a orar em línguas (cf. At 2,1ss). Patti Mansfield, que foi pioneira no nascimento da Renovação Carismática, em uma pregação disse: “Na intimidade da vida de oração, quando você está somente com a presença do Espírito, a sua oração em línguas nunca é igual, porque você abre um diálogo com o Espírito Santo”. 

Queridos irmãos do Movimento Aliança de Misericórdia, precisamos, na nossa oração pessoal, abrir este diálogo com o Espírito Santo através da oração em línguas. A oração em línguas é a porta para os outros dons do Espírito; precisamos dela. Ela nos leva a uma intimidade maior com o Senhor e nos ajuda no momento de fraqueza: “Assim também o Espírito socorre nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis.” (Rm 8,26). 

Na missão da Aliança no Ceará, o Espírito Santo tem nos surpreendido e dado indicações evidentes dessa grande graça concedida a todos nós, quando nos entregamos na intimidade da oração em línguas. No ano passado, durante um louvor em fraternidade, uma missionária começou a profetizar em línguas e um missionário teve a graça de interpretar suas palavras no Espírito, proclamando o que Jesus queria nos dizer: “Nesses tempos difíceis, a oração em línguas é o caminho para entenderem os segredos do Meu Coração e obter respostas para as necessidades do tempo presente”. 

Desde então, muitas pessoas do Movimento colocam em prática essa palavra e oram em línguas todos os dias, antes de dormir. 

Outra vez, um missionário de aliança (que morava no campus universitário onde estudava) orava em línguas no seu quarto, pois estava passando por um sofrimento familiar; do outro lado da parede, havia uma jovem estudante prestes a se suicidar, mas, durante o cântico em línguas, ela ouviu Deus lhe dizendo: “Não se mate, a sua vida é preciosa para mim, eu te amo”, e assim ela decidiu viver, e viver com alegria, com o coração renovado. 

A prática da oração em línguas, como exercício espiritual, nos permite crescer na intimidade e na disponibilidade à ação do Espírito Santo; nos leva à santificação e, assim, edifica a Igreja toda. 

Recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (cf. At 1,8 

Lembremos o que a carta-testamento do Pe. Henrique nos fala: 

 “O anúncio do querigma, o testemunho da caridade, a força da oração e a experiência dos carismas sejam sempre alimentos vitais e vitalizantes nas nossas fraternidades e para todas as expressões da obra;” (n.4);  

“Não podemos nunca separar o anúncio do Evangelho dos ‘sinais que acompanharão o que tiverem crido: em meu nome expulsarão demônios, falarão em novas línguas, pegarão em serpentes, e se beberem algum veneno mortífero, nada sofrerão; imporão as mãos sobre os enfermos, e estes ficarão curados.’ (Mc 16,17-18) (n. 6). 

Neste mês, peçamos ao Espírito Santo uma nova efusão, pessoalmente, como fraternidade ou como grupo, mas, sobretudo, é importante pedi-la como Movimento que quer ser uma expressão do Amor Misericordiosíssimo, na força do querigma e dos carismas. 

Prática para o ano do Espírito Santo: 

  1. Aprofundar, no estudo, a necessidade e a graça de orar em línguas diariamente; 
  1. Orar uns pelos outros pedindo, conforme a necessidade de cada um, a cura física ou espiritual, o batismo no Espírito Santo, uma graça particular… 

Dos seus irmãos,  

Pe. Rodrigo Elias e Eveline Pio. 

 

  1. Thalita Kum e Caná: encontro querigmático para jovens.

 

 

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