Acolher com Misericórdia: A essência da Aliança de Misericórdia

Na espiritualidade da Aliança de Misericórdia, acolher é muito mais do que uma atitude exterior, é uma resposta interior ao amor de Deus, um reflexo concreto da misericórdia do Pai. Como diz o próprio carisma da Aliança, somos chamados a ser “testemunha de Misericórdia entre pobres e ricos, centro e periferia, pequeno e grande, Igreja e Igreja”.

Acolher é permitir que o outro habite em nós

O texto do oceano da infinita misericórdia nos diz:

“Cada homem tem uma miséria que invoca misericórdia. Acolheremos o pobre como o príncipe e o príncipe como o pobre, porque perante o Pai somos todos filhos”.

Essa visão nos convida a não fazer distinção de pessoas, mas a sermos espaço onde o outro encontra descanso, dignidade e amor, como Jesus fez com os marginalizados do seu tempo. Acolher é curar sem urgência, escutar sem julgar, estender a mão sem esperar algo em troca.

A acolhida como missão evangelizadora

Segundo os Estatutos da Aliança de Misericórdia, a finalidade da Obra é:

“tornar-se uma expressão viva do amor misericordioso, que brota do coração do nosso Deus através da sua Igreja, para com os mais pobres material e espiritualmente”.

A acolhida é o início da evangelização. É na escuta e no encontro com o outro que o coração é tocado e se abre para a graça. Como ensina o estatuto, evangelizar é colocar todo homem “no colo de Deus, nestas entranhas de misericórdia”.

Acolher é parte da espiritualidade

A espiritualidade da Aliança se fundamenta em quatro escolas: Espírito Santo, Palavra, Maria e os Pobres. E é justamente na “escola dos pobres” que aprendemos o verdadeiro significado de acolher.

“O pobre seja, na ótica da fé, a referência constante das nossas escolhas, do nosso serviço, da nossa oração”.

Acolher é reconhecer que cada homem é imagem de Deus, portador de uma história, uma dor, uma sede por amor. E é nesse encontro que nos tornamos “presença amiga, solidária e compassiva”, como expressa a vocação da Aliança.

Acolher com o coração de Maria

Por fim, Maria, mãe e fundadora espiritual da Aliança, nos ensina a acolher com silêncio, escuta e doçura.

“À escola da sua acolhida, deixaremos que a Palavra habite abundantemente em nossa vida”.

Assim, a acolhida que propomos não é apenas social, mas profundamente espiritual, profética e transformadora. Não abrimos só a casa: abrimos o caminho e o coração, como discípulos de um Deus que nos amou primeiro (cf. 1Jo 4,10).

 

 

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