Dia de Todos os Santos: o Céu é para Todos?
Celebrado em 1º de novembro, o Dia de Todos os Santos é uma das festas mais bonitas e universais da Igreja Católica. Nesta solenidade, recordamos não apenas os santos canonizados, cujos nomes conhecemos e cujas vidas inspiram milhões —, mas também todos os santos anônimos, aqueles que viveram a santidade no silêncio do cotidiano, muitos deles pobres, esquecidos, excluídos, mas profundamente amados por Deus.
O que a Igreja celebra no Dia de Todos os Santos?
O Dia de Todos os Santos foi instituído para celebrar a imensa multidão de almas que já estão no Céu, mesmo que não tenham sido oficialmente reconhecidas pela Igreja. Como nos ensina o livro do Apocalipse, é uma “grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9). Esta é a Igreja triunfante, que intercede por nós e nos inspira no caminho da salvação.
A vocação universal à santidade
O Concílio Vaticano II, por meio da constituição Lumen Gentium, afirmou claramente que “todos na Igreja… são chamados à santidade” (LG 39). A santidade não é privilégio de poucos, mas um chamado para todos os batizados, independentemente de sua condição social, grau de instrução ou história de vida.
O Papa Francisco reforça essa verdade em sua exortação Gaudete et Exsultate:
“Para ser santo, não é necessário ser bispo, padre, religiosa ou religioso… Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia.”
Os pobres também são chamados à glória
Dentro da espiritualidade da Aliança de Misericórdia, vemos constantemente o rosto de Cristo nos pobres e excluídos. São eles que, com sua humildade e dependência de Deus, nos ensinam o caminho da verdadeira santidade. Jesus mesmo disse:
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.” (Mt 5,3)
Muitos dos santos que celebramos neste dia não tiveram posição social de destaque, mas viveram profundamente o Evangelho. O Céu não é para os perfeitos, mas para aqueles que se deixam transformar pela graça de Deus.
O Céu é para todos?
Sim! O Céu é para todos, mas é necessário desejar e buscar essa meta. Deus quer “que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4), mas respeita nossa liberdade. A vocação à santidade é uma proposta de amor, não uma obrigação imposta. O caminho passa pela fé, pela caridade e pela vivência concreta do Evangelho.
A festa de Todos os Santos nos convida a renovar nosso desejo de buscar o Céu, mesmo em meio às lutas do dia a dia. Que possamos, como dizia Santa Teresinha, fazer “as pequenas coisas com grande amor”, e assim trilhar o caminho da santidade.
“A santidade não consiste em fazer coisas extraordinárias, mas em fazer as coisas ordinárias com amor e fé.” – São João Paulo II
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