Papa Leão lança Dilexi te: O Amor preferencial pelos Pobres no coração da Igreja
A exortação apostólica Dilexi te (“Eu te amei”) a primeira do Papa Leão XIV é um chamado à Igreja para reencontrar o rosto de Cristo nos pobres. É um verdadeiro grito do coração de Deus aos cristãos do nosso tempo.
Com forte base bíblica e patrística, a exortação revela que o amor aos pobres não é um acessório da fé, mas parte essencial do Evangelho de Jesus Cristo. Assim como Maria exaltou os humildes (cf. Lc 1,52-53) e como o Apocalipse afirma: “Tens pouca força… mas Eu te amei” (Ap 3,9), também hoje a Igreja é chamada a fazer opção pelos pobres, pelos fracos e pelos desprezados.
Principais pontos da Encíclica Dilexi te
1. O amor de Cristo pelos pobres
O documento retoma a Encíclica Dilexit Nos, ressaltando que Cristo se identifica profundamente com os pobres. Nele, “os últimos” têm lugar de honra. Jesus nasceu pobre, viveu pobre e morreu excluído. Essa pobreza não é apenas material, mas existencial, social e espiritual.
2. O clamor dos pobres
A exortação recorda o clamor de Israel no Egito (Ex 3,7) e o compara ao clamor dos pobres hoje: os que sofrem com fome, exclusão, injustiça, violência, migração forçada, tráfico humano, pobreza espiritual e solidão. Deus escuta esse clamor – e a Igreja também deve escutá-lo.
3. Uma Igreja pobre e para os pobres
Inspirado pelo testemunho de São Francisco de Assis e dos Padres da Igreja, Dilexi te proclama: uma Igreja que não caminha com os pobres não é fiel ao Evangelho. O amor concreto, vivido na partilha, no serviço e na defesa da dignidade humana, é critério autêntico de santidade.
4. O exemplo dos Santos e da tradição
São Lourenço, São Camilo de Léllis, São João de Deus, os monges beneditinos e tantos outros são apresentados como modelos de caridade encarnada. A caridade, quando vivida radicalmente, transforma o mundo. Não é assistencialismo: é o próprio amor de Deus operando na história.
5. Conversão e justiça
A exortação denuncia as ideologias que culpam os pobres por sua condição e recorda que a fé sem obras é morta (cf. Tg 2,14-17). Não basta o culto litúrgico: é preciso tocar a carne sofredora de Cristo nos irmãos mais necessitados. Isso exige conversão pessoal e compromisso social.
O Que Dilexi te Diz à Aliança de Misericórdia
A espiritualidade da Aliança de Misericórdia encontra em Dilexi te uma profunda confirmação de seu carisma e missão. Esta exortação ecoa fortemente os pilares da Aliança:
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Evangelizar os pobres e excluídos com uma presença misericordiosa;
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Promover a dignidade humana através de ações concretas de amor;
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Viver a radicalidade do Evangelho, colocando-se a serviço dos pequenos;
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Ser Igreja samaritana, próxima, compassiva e missionária.
A exortação nos impulsiona a renovar o compromisso com os mais esquecidos da sociedade, especialmente os jovens em situação de risco, os dependentes químicos, os moradores de rua, as famílias marginalizadas. Como afirma o texto: “No rosto ferido dos pobres encontramos o sofrimento do próprio Cristo.”
Um Convite à Conversão e à Missão
Dilexi te é um forte apelo à Igreja em saída, que não se fecha em si mesma, mas se compromete com a transformação da realidade. Para a Aliança de Misericórdia, esse chamado é um sinal dos tempos: é hora de aprofundar a comunhão com os pobres, sendo uma presença profética no mundo.
Como Maria, que correu às montanhas para servir Isabel, também somos chamados a “correr” às periferias — levando esperança, curando feridas e proclamando: “Deus te ama!”
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