Adoção: Um ato de amor que revela o coração de Deus

No coração da fé cristã, encontramos uma verdade: Deus é Pai, e nós somos seus filhos adotivos em Cristo Jesus. Esta é a base sobre a qual toda a nossa identidade cristã é construída. E é a partir dessa realidade que compreendemos o valor e a beleza da adoção cristã, não apenas como um gesto humano, mas como um reflexo direto do amor de Deus.

A adoção é um ato de amor profundo, gratuito e incondicional. É o sim dado à vida, mesmo quando ela não nasce do sangue, mas brota do coração. Ao adotar, uma pessoa ou casal acolhe o outro como filho, oferecendo-lhe não só um nome e uma casa, mas também dignidade, pertencimento e amor — assim como Deus faz conosco.

Somos todos filhos adotivos de Deus

A carta de São Paulo aos Efésios nos recorda: “Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o beneplácito de sua vontade” (Ef 1,5). A adoção divina é o maior presente que podemos receber: não somos mais escravos, mas filhos, herdeiros com Cristo.

Ao olhar para essa verdade, entendemos que toda adoção humana também é um reflexo da misericórdia divina, que se compadece, que acolhe, que levanta o caído e dá um novo começo. Adotar é permitir que o amor vença os traumas, que a esperança floresça onde antes havia abandono.

Adoção cristã: um testemunho de misericórdia

Na espiritualidade da Aliança de Misericórdia, reconhecemos o chamado à adoção não apenas como um gesto pontual, mas como uma vocação à misericórdia. Seja adotando legalmente uma criança, seja acolhendo pessoas em vulnerabilidade com amor de família, estamos revelando ao mundo o rosto do Pai que nunca abandona os seus.

Há famílias, inclusive, que vivem a adoção espiritual, acompanhando com oração, afeto e apoio material aqueles que não têm um lar ou vivem em condições precárias. Esse compromisso é uma expressão concreta do Evangelho da Vida, que nos convida a amar até que o outro se reconheça amado.

Um amor que cura e transforma

A adoção não apenas muda a vida de uma criança, mas transforma profundamente o coração de quem adota. É um caminho de santificação, de superação do egoísmo, de crescimento no amor oblativo. Muitos testemunham que, ao adotar, descobriram dimensões do amor que antes desconheciam — um amor que é capaz de refletir o próprio amor de Deus por nós.

No Dia Nacional da Adoção, somos chamados a agradecer e a rezar por todas as famílias que abriram seu coração à essa missão. E também a refletir: como podemos, em nosso dia a dia, viver a lógica da adoção? Como podemos ser sinal de acolhimento, de pertença e de esperança para os que mais precisam?

 

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