A trajetória da padroeira das mães cristãs, Santa Mônica

Já imaginou se seu filho se tornasse um bispo? Ou ainda mais um santo da Igreja? Parece impossível, mas não o foi para uma mulher que serve de exemplo até hoje para as mães cristãs. Estamos falando de Santa Mônica, a mãe de Santo Agostinho.

A história desta família é exemplo de que só a fé e a perseverança podem nos fazer alcançar tudo aquilo que almejamos.

Claro que enquanto Mônica rezava pelo filho Agostinho, ela não pedia “que ele se tornasse santo”, pedia simplesmente que Deus o livrasse das amarras do mal e que de alguma forma ele O conhecesse.

Trajetória de uma mãe

Santa Mônica nasceu por volta do ano 321-322 em Tagaste, norte da África, hoje Souk Ahras, parte do território da Argélia.

Era de família nobre e de raiz cristã. Foi criada, juntamente com seus irmãos pela escrava que pertencia à sua família. Aos 17 anos foi dada em casamento a um homem mais velho de nome Patrício.

Ele tinha uma boa posição social, possuía terras e era conselheiro da cidade para assuntos administrativos. Infelizmente Patrício não tinha a mesma formação cristã; era rude, violento e infiel. Assim começava o calvário de Mônica.

Do matrimônio lhe nasceram três filhos, mas aquele que iria trazer angústia ao coração da mãe seria Aurelius Augustinos.

Uma esposa exemplar

Mesmo sofrendo com o comportamento do marido, sua fé e resiliência conquistaram o respeito de Patrício, fazendo com que ele nunca a maltratasse física ou psicologicamente.

As amigas de Mônica que tinham maridos aparentemente mais tranquilos vinham lhe pedir conselhos sobre como conquistar o respeito dos esposos.

Sua sogra também desconfiava dela por dar ouvidos a boatos de mulheres que tinham inveja do tratamento que o marido lhe dispensava. Porém, com grande mansidão, Mônica aos poucos conquistou a confiança da sogra.

Depois de algum tempo, a fortaleza da santa alcançou um primeiro milagre: a conversão e batismo de Patrício. Concomitante a isto, Agostinho no alto dos seus 17 anos, parte para a cidade de Cartago e se dedica aos estudos de retórica.

A via sacra de Mônica

Enquanto lá estava, seu pai veio a falecer e o jovem se entrega a uma vida de prazeres e luxúria. De volta para casa, Mônica não suporta o comportamento do filho e o coloca para fora.

Mas seu coração de mãe nunca desistiu do filho. Sabendo que Agostinho tinha viajado à Roma, não mediu esforços e foi até ele. Porém, não o encontrando, foi informada que seu filho havia se mudado para Milão.

O santo relata em seus escritos, que sua mãe chegou até um bispo, Santo Ambrósio, para que se aproximasse e intercedesse junto a ele. Em reposta, o bispo de Milão lhe disse:

“Vá em Paz, e continue a viver assim, em oração. Porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas”.

Foram 21 anos de oração e súplica pela conversão de Agostinho, mas sua hora já estava próxima. O jovem frequentava os sermões do bispo Ambrósio e aquelas palavras começavam a penetrar aos poucos no seu coração de pedra.

Finalmente, o segundo milagre

E foi então, que aos 33 anos, Agostinho se converte e pede o batismo. Mãe e filho decidem voltar para sua terra natal, passando por Óstia. No caminho, Mônica diz:

“Uma só coisa me fazia desejar viver um pouco mais: era ver-te católico antes de morrer. Deus me concedeu esta graça, pois te vejo desprezar a felicidade terrena para servi-Lo. Que faço ainda por aqui?”

Mônica faleceu em 387 aos 56 anos na cidade de Óstia. Sua canonização foi no ano de 1153 sob o pontificado de Alexandre III, que a proclamou padroeira das mães cristãs.

Suas relíquias foram transportadas para Roma no século XV e até hoje seu túmulo está na Basílica de Santo Agostinho.

Agostinho dizia que sua mãe o havia gerado duas vezes: a primeira na carne para a luz temporal e a segunda no coração para a luz eterna.

Oração á Santa Mônica

Sob o peso do meu fardo corpóreo, volto-me a ti, querida Santa Mônica e peço a tua ajuda e intercessão.

Do teu lugar no Céu, imploro que olhes pelo meu filho/filha (diga o nome), que se perdeu na fé e em tudo o que tentamos lhe ensinar.

Eu sei, querida Mônica, que nossos filhos não pertencem a nós, mas a Deus, e que Deus muitas vezes permite que eles se percam para que isso seja parte de sua jornada em direção a Ele.

Seu filho Agostinho também se perdeu, mas, encontrou a fé e chegou a acreditar e nessa crença, tornou-se um verdadeiro professor.

Ajuda-me, portanto, a ter paciência e acreditar que todas as coisas, inclusive esse movimento decepcionante longe da fé, acontecem de acordo com os propósitos de Deus.

Por causa da alma de meu filho, oro para entender e confiar nisso.

Santa Mônica, por favor, ensina-me a persistir fiel na oração como tu fizestes pelo bem de seu filho. Inspira-me para que eu me comporte de uma maneira a não afastar o meu filho de Cristo, mas apenas o conduza gentilmente em direção à sua luz maravilhosa.

Por favor, ensina-me o que sabes sobre este doloroso mistério de separação, reconciliação e reorientação de nossos filhos para o Céu.

Oh, Santa Mônica, amante de Cristo e de sua Igreja, roga por mim e por (digo o nome do filho/filha), para que possamos ganhar o Céu, juntarmo-nos a ti e oferecermos em agradecimento, um constante louvor a Deus.

Santa Mônica, rogai por nós!

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