O que aconteceu com a música?

Depois de vermos o “assassinato” das artes plásticas transformando qualquer coisa em arte, qualquer deformidade, agora é vez da música.

Não é uma mera opinião com achismos e tudo mais, mas, uma análise de quem estudou um pouco de teoria musical, tendo que aprender a apreciar uma música com toda a sua complexidade.

Um pouco de história

O homem descobriu a música ainda na pré-história há 50 mil anos com as primeiras tribos na África. Ouvia os sons e os reproduzia; foi descobrindo a diferença deles e a ressonância de materiais como a madeira, pedras e que deles podia tirar sons harmônicos; com a voz podia imitar o canto dos pássaros. Sugere-se que a música estava ligada a rituais religiosos, a agradecer às divindades pela colheita, os frutos.

Os séculos foram passando e descobriu-se que a voz podia reproduzir notas em diversas intensidades, alturas; surgiram os cantos polifônicos, onde misturavam diversos timbres de voz. Os instrumentos também começaram a ser confeccionados como flautas e xilofone, dentre outros.

Os gregos, criadores da filosofia, incluíram uma matéria dentro da matemática para estudar os sons. Perceberam que organizar e estruturar os sons, incluindo o silêncio, outros timbres, se criava algo belo. Assim nascia o termo “música”, que quer dizer “a arte das musas”, parte da matemática.

O ser humano começa a usar de música para falar de si, para expressar seus sentimentos e impressões do mundo. Hoje, ela é parte da nossa vida e não há como tirar. Pode-se dizer que a história da música acompanha o desenvolvimento intelectual da humanidade. Hoje temos os mais variados instrumentos, seja de percussão, eletrônicos, de corda. O intercâmbio de cultura fez nascer coisas lindíssimas com mistura de instrumentos e técnicas das várias culturas.

E a música hoje?

Tem muita coisa boa, que te inspira, faz pensar e nos torna seres humanos melhores, porém, há outras obras que não inspiram a mesma coisa e até fazem os ouvidos doerem.

Nos últimos dias ouvi comentários a respeito do clip musical mais assistido no Youtube. Fiquei em choque ouvindo a cantora ao vivo; completamente semitonada, gritando as frases das músicas sem necessidade! Dica: é um dos artistas de maior repercussão no momento e esteve no Rock in Rio. Paro por aqui.

Outro exemplo: o funk é expressão das periferias. Fico triste quando falam isso. Por quê? Eu moro na periferia de São Paulo e vejo que o funk é usado para promover prostituição e tráfico de drogas. As pessoas pulam, vibram, admiram, imitam e me pergunto: Vale a pena dedicar uma vida estudando para que as pessoas identifiquem como genial uma pessoa desafinada?

Repito uma frase dita acima “Pode-se dizer que a história da música acompanha o desenvolvimento intelectual da humanidade”. Barulho, muito barulho se ouve nas rádios, palcos, festivais, sem pausa para contemplar. Muitas vezes desprezamos o que é bom, valorizando as coisas de qualidade duvidosa só porque está no topo das mais ouvidas.

Mais uma vez recordemos a capacidade que o homem tem de apreciar o que é belo, de identificar onde está o bem e onde ele não está. Ajudemos a promover a boa música, aquela feita com cuidado, muitas vezes sem a pretensão de ser o hit do verão, mas que transmite sentimento, emoção e vida interior intensa. Pense nisso!

Fernanda Tabosa

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