Palavra do Mês| Uma Palavra por dia
Uma Palavra por dia
“Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5)
Esta Palavra, que a mãe disse aos serventes nas núpcias de Caná (cf. Jo 2,1-12), é a Palavra que ela repete hoje para nós; expressa exatamente o segredo da bem-aventurança de Maria, segredo que ela quer partilhar conosco para sermos verdadeiramente felizes nesta vida e na eternidade.
Maria quase não fala em todo o Novo Testamento, pois ela é o silêncio que acolhe a Palavra, que se faz carne no seu seio = Jesus, o Verbo eterno do Pai.
As poucas Palavras que o Evangelho reporta de Maria, expressam a sua adesão pessoal à Palavra, ao projeto do Pai e o seu convite para que nós possamos encontrar o único verdadeiro caminho da vida espiritual: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
Conhecemos o contexto desta Palavra. Maria e Jesus estão presentes neste casamento em Caná da Galileia e ali vem faltar o vinho, sinal de alegria e de festa.
Maria, sempre atenta às necessidades dos seus filhos, percebe e intercede para que Jesus opere o seu primeiro milagre, que daria início à sua vida pública e à fé dos seus discípulos (cf. Jo 2,11).
No começo, Jesus parece resistir ao pedido da mãe, dizendo “que queres de mim, mulher?”. Por fim, envia os servos para encher de água seis talhas de pedra e, milagrosamente, a água se transforma em vinho… o melhor vinho para o fim da festa, o novo tempo que Jesus inaugura.
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Este texto é riquíssimo de simbologia e de profundidade teológica. Neste acontecimento a Igreja vê o sinal de “Jesus esposo” que faz uma nova Aliança no seu Sangue com esta humanidade que “não tem mais vinho”, não tem vida plena, não tem alegria. Simbolicamente, antecipa a “sua hora”, a entrega amorosa da sua vida na Cruz, para a nossa redenção (cf. Jo 19,25-30).
Nesta breve meditação queremos fixar a nossa atenção apenas sobre poucas expressões (que nunca poderemos esgotar) para fazer da Palavra de Deus uma experiência de vida.
“Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5)
Fazei tudo…
Esta Palavra nos revela que o caminho da vida espiritual não é “espiritualista”, feito de belos sentimentos ou bons pensamentos. É concreto. Para um judeu o amor e a fé se expressam em obras, em fatos, em escolhas concretas e práticas.
A fé se faz na vida e faz a nossa vida diferente da vida do mundo: “nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt. 7,21). Mais ainda: a Palavra de Deus não se compreende apenas escutando-a, só se compreende fazendo-a!
A nossa mente nunca poderá compreender, por exemplo, que perdendo a vida, nós a encontraremos, mas se damos a vida nos fatos e não nas palavras, percebemos uma alegria, uma plenitude que é inexplicável.
“A quem me ama me manifestarei” (Jo 14,21), para um judeu precisa amar para conhecer. A nossa lógica humana pensa, ao contrário, que preciso conhecer para depois amar!
Maria nos ensina a viver a Palavra pela fé, para que os milagres aconteçam em nossa vida.
Daqui uma primeira pergunta: as minhas escolhas são determinadas pela Palavra de Deus, pela vontade do Pai ou pelos meus interesses pessoais, o meu prazer, a minha vontade, o meu enriquecimento, o meu egoísmo?
Enchei!
Todo milagre, na nossa vida, depende da minha participação ativa ao projeto do Pai. O Senhor não nos quer espectadores, mas protagonistas da sua história de salvação. Ele não transforma magicamente a água em vinho.
Os servos precisam obedecer à sua Palavra: “Fazei tudo o Ele vos disse”… e a água se transforma em vinho nas mãos dos servos, enquanto eles a transportam para o mestre-sala.
Obedecer à Palavra, colocá-la em prática, significa viver a vida como um milagre que continuamente me surpreende, fazendo da vida uma aventura em Deus!
Só se eu fizer o que é possível (escutar = fazer-viver a Palavra), Ele fará o impossível (transformará a água em vinho na minha vida, no meu casamento, no meu emprego, etc).
Mulher…
Por que Jesus chama Maria de “mulher”? A referência de João é clara e nos remete à batalha apocalítica que o próprio João relata em Apocalipse 12. A mulher, que é alvo da batalha do dragão, derrotado por Miguel e seus anjos.
A mesma mulher de que em Gênesis se profetiza que esmagará a cabeça da antiga serpente (cf. Gn 3,15), a mesma mulher que, no parto da Cruz, recebe de Jesus a maternidade de João e, nele, de todos os seus filhos.
“Fazei tudo o que Ele vos disser”
Precisamos entender que a nossa vida nesta terra é uma luta espiritual e que a “mulher” nos ensina, no começo da vida pública de Jesus, o segredo para sermos vencedores contra o mal: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
Em Medjugorje ela quis ensinar, de forma prática, este mesmo segredo: “Todos os dias escolham uma Palavra. Meditem-na de manhã e a guardem no coração. No decorrer do dia procurem vivê-la. À noite se encontrarão mais fortes contra o mal e cheios de alegria!”.
Um dia sem Palavra é um dia sem vida e facilmente o inimigo, encontrando a nossa casa vazia da Palavra de vida, a enche com “palavras do mundo” que trazem corrupção e impureza.
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No pequeno e precioso livro “Relato de um peregrino russo” (que vale a pena ler), conta-se de um alcoólatra que, não conseguindo vencer o vício, procurou um mestre espiritual. Ele deu uma receita simples e prática: “Todas as noites, antes de dormir, lê um capítulo do Evangelho”.
Ele logo relutou: “Mas Padre, eu não consigo. Tentei ler, mas não entendo”. O mestre retrucou: “Não se preocupe, você não entende tudo, mas os demônios entendem e tremem”. Mesmo sem entender, o homem obedeceu e, em pouco tempo, tornou-se outra pessoa, totalmente libertada do vício.
E você, adormece e acorda na Palavra ou em frente da televisão, do celular, das telenovelas que poluem o seu coração e sua mente?
A escolha é nossa! É pela Palavra que os milagres acontecem e a vida se transforma.
Pe. João Henrique
Fundador da Aliança de Misericórdia
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