Paulo Roberto – “Eu não estou nessa vida para passear”

Dando continuidade à nossa Semana do Paulo Roberto, trazemos hoje um testemunho que ele próprio nos deu, sobre sua profunda experiência com o Cristo. Acompanhe agora na íntegra:

“Na semana em que se iniciaram os bombardeios mais intensos ao Afeganistão, a minha face começou a se doer ainda mais e eu comecei a pensar o porquê, qual seria a razão. Porque as dores que eu tinha antes do bombardeio não eram tão fortes, não duravam tanto tempo, e não eram todos os dias, e a partir da destruição, as dores ficaram mais intensas e começaram a ser diárias.

E eu, numa certa noite, comecei a refletir sobre isto, então: eu disse porque as dores estão mais fortes? De uma certa forma, veio um certo raciocínio e resposta de Deus dizendo no meu coração: ‘Não é só você filho, que passou a sofrer mais, mas sim todos os doentes e enfermos do mundo inteiro’.  Então eu refleti e descobri a causa do meu sofrimento nesta vida, e de muitas outras pessoas, e eu aprendi que eu não estou nesta vida para passear. Jesus Cristo morreu numa Cruz para nos dar a liberdade, sendo assim, existem dois caminhos: o caminho do precipício reto, asfaltando, tranquilo.

E um outro caminho, um caminho cheio de pedras e de cordeiros que estão andando entre os espinhos e nestas pedras, caminhando em direção a uma luz.

Então, algumas pessoas nasceram nesta vida, para fazer o que diz o Evangelho, o último mandamento que Jesus disse: amai-vos uns aos outros, como eu vos amei, vocês farão milagres como eu fiz.

Hoje existem aqueles que não são capazes de carregar a própria cruz, estes nascem sadios, mas também nascem para aprender o último mandamento para que possam entrar sem mancha alguma através do sofrimento de cordeiros bem-aventurados como eu. Eu dei graças a Deus exatamente no dia de Nossa Senhora, porque foi quando eu percebi que eu, assim como Nossa Senhora, Deus havia escolhido, apesar da minha ignorância, da minha pequenez e da minha burrice, me escolheu para amar, amar intensamente.

Porque não adianta subir aos céus, sentar-se na santa ceia e ver várias cadeiras vazias, e o rosto de Jesus Cristo abaixado, derramando lágrimas, porque a família não se salvou completamente.

Somos a imagem e semelhança de Jesus, eu e todos os enfermos e doentes deste mundo somos a imagem e semelhança de Deus, sendo assim, pode-se dizer que, de certa forma, Jesus Cristo ainda está aqui carregando aquela Cruz que eu e você colocamos para Ele carregar e Ele está carregando apesar de todo sofrimento de Sua pele queimada com o sol, dos seus olhos terem se fechado e ficado então cego, ter sua boca destruída em meio a socos e à violência de Satanás. O Senhor não se entristece porque esta vida vai passar, mas a sua Palavra jamais passará.

Creio na vida eterna, em Deus Pai Todo Poderoso, Creio na Misericórdia do Senhor, que cairá sobre mim um dia, creio na volta pra casa, no encontro com Nivaldo, um dos meus irmãos que morreu dando a vida amando intensamente.

Então, meus irmãos, nós somos capazes de fazer o amor verdadeiro existir neste mundo, mas para isto você não precisa ser um enfermo, você só precisa aceitar aquilo que Deus quer na sua vida, da minha vida, das nossas vidas aceitar com obediência, colocar em prática tudo aquilo que aprendemos com a Santa Igreja.

Paulo Roberto,
Vítima da Misericórdia

 

O santo sem rosto e as Vítimas da Misericórdia

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