O perigo escondido no conhecimento das coisas de Deus
“Ninguém ama aquilo que não conhece” Essa máxima serve para nossa vida em sociedade e espiritual.
Esforço e vigilância
Não tem jeito: quer ter um bom relacionamento com Deus, você deve se esforçar para conhecê-Lo.
Mas, como o caminho de ascese (subida) nem sempre é fácil, há armadilhas escondidas também que podem colocar em risco a nossa salvação.
No livro O Combate Espiritual do Pe. Lorenzo Scupoli, escrito no século XVI, ele já alertava:
“Sê sóbrio e humilde até mesmo no desejo de entender as coisas celestiais, desejando não conhecer nada além de Cristo crucificado, Sua vida, Sua morte e o que Ele requer de ti”.
Ele explica que o diabo reconhece os sinais de uma alma desejosa por Deus, mas de toda forma tenta perverter suas intenções. Ou seja, ao invés de buscarmos Deus, por Deus, por amor a Ele, O buscamos por vanglória e conhecimento vão.
As armadilhas
“[O diabo] frequentemente, portanto, infunde especulações elevadas e curiosas em suas mentes, especialmente se elas são de uma ordem aguda e intelectual, e facilmente infladas com orgulho; e ele faz isso para que eles possam se ocupar no prazer e na discussão de tais assuntos, em que, à medida que se persuadem falsamente, eles desfrutam de Deus, e entretanto negligenciam purificar seus corações … Então, caindo na armadilha do orgulho, eles faça um ídolo de seu próprio entendimento“.
Já aconteceu com muitos de nós: de repente nos vemos discutindo coisas sobre fé, teologia, moral baseado em tal escritor, no conhecimento bíblico, mas na base da defesa deste ponto de vista está o orgulho e a vaidade.
Muitas vezes recusamos opinião de outros só para manter a nossa verdade. Caímos no risco até mesmo de recusar coisas boas para manter nossa opinião.
Padre Scupoli adverte: “como, ou por quem, ele pode ser curado, que obstinadamente acredita que sua própria opinião vale mais do que a dos outros? Como ele se submeterá ao julgamento de outros homens, que ele considera ser muito inferior ao seu próprio!”
Qual o remédio?
Nada melhor do que uma das mentes mais brilhantes do cristianismo para nos ensinar a postura correta de um discípulo de Cristo. São Tomás de Aquino foi um grande estudioso da natureza de Deus deixando páginas e mais páginas que são estudas até mesmo fora do ambiente católico.
Ao final de sua vida, tendo estudado e escrito tudo o que podia, viveu uma experiência decisiva que o levou a declarar:
“Tudo o que escrevi parece-me uma palha para mim, comparado àquelas coisas que vi e me foram reveladas”.
O santo entendia que, embora ele escrevesse a verdade, ele não era a fonte da Verdade. Ele tinha a virtude da santa humildade. Esta o fazia reconhecer seu lugar no universo e sua total dependência de Deus.
“Seguindo estas instruções você evitará muitos perigos; pois quando a astuta serpente vê a vontade daqueles que visam à vida espiritual serem fortes e resolutos, ele ataca seu entendimento, para que ele possa dominar tanto um como o outro”. (Padre Scupoli)
Ao buscar o conhecimento de Deus, tente reconhecer essa verdade fundamental e evite a armadilha do orgulho. Podemos possuir bastante conhecimento, mas no final, é como “palha” em comparação com a fonte de toda a verdade.
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