NOSSA VOCAÇÃO: VIDA DE FRATERNIDADE “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI” (JO 13,34)

No ano passado e nos primeiros meses deste ano de 2023, junto com o Padre Henrique, tentamos meditar vários aspectos sobre o viver como irmãos, ou seja, a fraternidade. Procuramos apontar para o “grande sonho de Deus Pai”: que nos amemos e sejamos irmãos. Na reflexão deste mês, quero tentar fazer uma síntese daquilo que nos inspirou durante este percurso, acrescentando alguns trechos bíblicos, provocando o desejo de continuarmos escolhendo as palavras de Jesus: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (cf. Jo 13,34).

Somos irmãos, filhos de um mesmo Pai, feitos à sua imagem e semelhança, gerados pelo mesmo amor, numa entranha de Misericórdia “Rahamim” (cf. Gn 1,26-28; Is 49,8-15; Rm 8,9-17). Se pensarmos um pouco na nossa vida como seguidores de Jesus, veremos que a partir do batismo, o sacramento de que nos faz entrar na comunidade daqueles que creem, se estabelece em nós uma tarefa super comprometedora: somos chamados a proclamar que somos filhos de Deus e irmãos de todos.

 

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13,34)

 

Talvez este seja um dos grandes desafios da nossa evangelização: proclamar que somos todos irmãos em Cristo, filhos de um mesmo Pai, gerados por amor. Desse modo, como amar a todos, amar o meu irmão? O que nos ensina Jesus é que devemos oferecer a própria vida! Amar dando a vida nas pequenas coisas, com gestos concretos de aproximação. Não é com palavras que amamos, mas olhando, gastando tempo, agindo em favor das necessidades do irmão com o qual vivemos ou encontramos. Devemos dizer a verdade, é muito fácil amar um irmão de rua, porque depois de poucos minutos que ali estamos, vamos embora. No entanto, amar aquele que é vizinho, próximo a cada instante, com paciência, nos coloca no caminho de sermos irmãos em Cristo Jesus!

Eu convido a todos a sermos abertos ao “de repente” do Espírito. O que quero dizer? Me refiro aos momentos não programados, no qual preciso amar a cada instante, sem fugir. Sentir o outro como meu irmão, vivendo como criaturas novas. Isso é possível! Porém, somente com a graça do Espírito Santo, que devemos pedir sem cessar (cf. At 2,42ss; 4,42ss). Só constantemente vivendo este milagre de estar juntos, se amando, perdoando, fazendo e pensando coisas pequenas e concretas seremos movidos pelo Espírito.

 

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13,34)

 

O Evangelho é claro: “pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’ (cf. Mt 29,35-36).

A vida de Deus se encarna em nossa existência a partir do amor derramado para com o próximo. O que isto significa? Vivermos como irmãos. Isto é salvação para o homem, é salvação para o mundo.

Tantas vezes nos perguntamos como poder ser anunciadores eficazes da Palavra de Jesus neste mundo moderno que se afastou de Deus Pai. Tem um único modo e o Papa Francisco o sublinha claramente: “Fratelli Tutti” – Todos somos irmãos. Certamente, não é fácil mudar uma mentalidade individualista e egoísta. Não podemos dar o valor maior às leis e às normas do que à vida dos irmãos. As regras são importantes, ordenar é importante, mas não superam o essencial: AMAR.

Eu convido você a não desistir. Persista no amor ao próximo. Persista na aproximação, no cuidado com o outro, assim vamos abrir portas e experiências do Espírito nunca vistas.

Força, comece por você! Ame… como Jesus amou.

 

 

Pe. Antonello Cadeddu

Fundador da Aliança de Misericórdia

 

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