Afinal de contas, precisamos de uma ideologia para viver?
Ideologia: qualquer uma serve?
Se existe uma palavra que tem sido muito divulgada e discutida nos dias de hoje, é a famosa “ideologia”, que instiga muitas perguntas e também influencia arrastando multidões, que mal sabem quem está por trás.
Muitas vezes escutamos por aí: “isso é ideologia” ou “não venha com suas ideologias” … saiba, porém, que às vezes o senso comum a interpreta apenas como “conjunto de ideias”, e realmente as “ideias” fazem parte de sua composição, porém não é somente isso, pois as mesmas podem estar associadas a propósitos e interesses pessoais unicamente.
Mentiras vendidas como verdade
Entre o final do Séc. XVIII e o início do Séc. XIV essa expressão foi muito usada durante debates filosóficos e políticos, principalmente durante a Revolução Francesa, e citada também por Napoleão contra seus opositores.
Foi criada pelo filósofo e político Desttut de Tracy para referir-se a um aspecto da sua “Ciência das Idéias”.
A ideologia que, segundo o dicionário, significa conjunto de ideias e convicções, foi acolhida por Karl Marx, que elaborou seu conceito e definição da forma que entendemos nos tempos atuais.
Marx, no seu livro “A Ideologia Alemã”, a define como uma roupagem de ideias, ou seja, algo que é exterior:
por fora existe uma propaganda, muitas vezes até bonita e aceita pela população, mas por dentro feita a partir de ideias e interesses muitas vezes com uma genialidade maléfica.
São formadas assim falsas consciências, ideias tendenciosas. Marx, com sua ideologia, transformou aceitável algo que normalmente nunca teria sido.
Para que tais ideologias possam funcionar com êxito, inicia-se com uma ideia errada e depois encontra-se pessoas dispostas a lutar a favor desse erro.
Mas, onde elas atuam?
São dois os pontos mais importantes que proporcionam essa disseminação de ideias: Um sistema educacional falido e o silêncio dos bons, pois “a audácia dos maus, se alimenta da covardia e omissão dos bons”. (Papa Leão XIII)
Continuamos com este exemplo: de acordo com a teoria Marxista, a sociedade humana se divide em duas formas: a infraestrutura, ou seja, a econômica, e a superestrutura que seria a cultural, as instituições e o poder político.
A primeira seria a força e a relação de produção, já a segunda a parte que forma as personalidades e que as lidera. Podemos, porém, enxergar esta mesma teoria – que parece muito interessante – de outra forma… segundo Clausewitz, em seu livro “On War” (escrito após as guerras Napoleônicas), existem partes chaves a serem atacadas no adversário para desestabilizá-lo, que ele chama de “Centros Gravitacionais”.
As ideologias têm atacado os nossos centros gravitacionais que formam a Superestrura, esses ataques também possuem um nome bem famoso, no exemplo que estamos dando, que é o “Marxismo Cultural”, entrando em nossa cultura e em nossas instituições (família, igreja, educação, etc), com uma roupagem bonita e agradável, porém aos poucos corrompendo e tirando os nossos valores.
Podem ficar duas perguntas:
1. Onde encontrar tais ideologias? Primeiro é necessário tirar essas “escamas” dos olhos, que nos impedem de ver a realidade como ela é e não como outros a colocam.
Basta olhar à sua volta e se surpreenderá, principalmente em nosso país, onde a mídia manipula a população, onde sistemas e instituições funcionam sob corrupção e sob o comando de poucos que ditam seus interesses a muitos.
2. Como combate-las? Eu uso as palavras do próprio Pe. Paulo Ricardo, cuja formação encontrada em seu site com o tema “O que é uma Ideologia” recomendamos:
“Não se pode analisar os fatos com base nas notícias de jornal. É preciso analisar os princípios, localizando e combatendo o erro (…)”. É deixar de ser omisso, lutar contra essa minoria, colocar mãos à obra, fazer a sua parte como cristão, que é ser cidadão do céu.
Lucas Fernando, missionário da Aliança de Misericórdia
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