A Porta do Vale – Palavra de Julho/2019
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e EU vos aliviarei. […] Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,29)”.
O Vale
“Quem restaurou a porta do vale foi Hanon e os moradores de Zanoe. Eles a reconstruíram, fixaram-lhe as folhas, os ferrolhos e trancas e construíram quinhentos metros de muro, até a porta do lixo” (Ne 3,13). Esta porta surgia no alto da colina, localizada na região sudoeste do Templo.
Nesta quarta porta, a “Porta do Vale”, se juntos a reconstruirmos, ela nos ajudará a caminhar com mais rapidez ao encontro de Cristo.
Segundo o texto do profeta, a porta olhava para um vale, onde de um lado tinha o monte onde surge Jerusalém, e do outro lado, o monte das oliveiras.
Para os judeus, e para nós, este vale é chamado com vários termos. Iremos, aqui, ver somente alguns dos termos que nos ajudarão, num contexto espiritual, a permanecermos firmes neste caminho rumo à santidade.
O vale é chamado de vale das emboscadas, o lugar onde os exércitos se tornam vulneráveis na frente dos inimigos que ocupam as montanhas. Um lugar de emboscadas, porque normalmente num vale passa o rio e ali os animais vão para beber, mas também um lugar fácil pelos animais ferozes.
Este vale se chama também vale dos gigantes porque lembra o vale onde o gigante Golias enfrentou e gozou do Deus dos israelitas, como também de Davi que lutou com ele e venceu a batalha.
Ainda Lembramos seguramente o salmo 23,4 que diz: “ainda que ande pelo vale da escuridão, eu não temerei mal algum, pois estás comigo”.
Lugar da provação
É o vale da luta, das emboscadas, das crises, do sofrimento, do perigo. Todos nós vivemos estes dramas. Dramas nas nossas famílias, no trabalho, na sociedade, dramas com a nossa própria saúde, como também, o drama da falta de fé.
Quem de nós não viveu ou vive estes momentos de aridez, de dificuldades? Mas, saiba que tudo isso faz parte da nossa vida humana.
Temos muitos outros sofrimentos! Quantos dificuldades na educação e no processo de crescimento dos filhos, muitas vezes pensávamos que teriam seguido uma boa estrada, e se envolveram nas drogas, na delinquência, nos abandonaram.
Quantos dramas vivemos? Dramas também no trabalho. Cada dia vivo o perigo de ser mandado embora. Alguém tenta me caluniar para tomar o meu lugar, e eu vivo triste sentindo-me machucado, cansado.
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Nada está perdido
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e EU vos aliviarei. […] Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,29)”.
Queridos, quantos dramas na falta de fé. Eu me sentia tão forte porque via o poder de Deus nas pregações, no serviço aos outros, sobretudo no serviço aos pobres, e agora nada tem valor, parece ter perdido o sentido.
Tudo está vazio e sinto Jesus longe na minha vida. Repito, tudo isso faz parte da vida humana. Lembremo-nos de São Paulo que no auge dos seus sofrimentos dizia que “tudo coopera para o bem dos que amam” (cf. Rm 8,28).
Sublinho também, os dramas com os amigos, até mesmo com os irmãos de comunidade que nos relacionamos diariamente, semanalmente. É este vale que nos faz refletir nossa vida: o vale da morte física e espiritual. Mas, eu vivo, sinto, olho os inimigos que me lançam dardos, flechas de ódio, calúnias.
É o vale de intrigas, emboscadas, de gigantes que me oprimem e enfraquecem às minhas forças humanas.
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Confiança em Deus
Quero dizer-lhe que esta é a realidade que cada um de nós enfrentamos ou poderemos enfrentar. E, neste ano que somos convidados a viver “um tempo de restauração”, precisamos ter a coragem de entrar em todas as áreas da nossa vida e pedir a Jesus que ali se estabeleça para realizar a necessária restauração. Acreditemos n’Ele, coloquemos nossa confiança n’Ele que é nosso Senhor.
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e EU vos aliviarei. […] Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,29)”.
Não sei o que hoje você está vivendo ao ler este texto, mas, seja o que for, saiba que Jesus pode aliviar tua sobrecarga; descansar tua alma; aliviar tua dor; pode mudar a rotina de derrota e desânimo que impera em sua vida.
Jesus está convidando ainda hoje. Jesus pede uma plena confiança diante destas “guerras da vida”.
Veja o que Jesus diz: “vinde a MIM”, note que Ele não aponta para outro. Não existem outras pessoas, não existem filosofias, nem pensamento positivo que aliviam a alma. Ele sabe disso, por isso diz: “Vinde a MIM” – À minha pessoa, às minhas palavras. Ele não recomenda outro.
Não aponta para outra crença, não recomenda mais dinheiro, uma casa nova, fama, prazer, não indica outro tratamento, não indica seções terapêuticas. Não recomenda a reencarnação, nada disso. Ele é o único capaz de dizer: Vinde a mim e eu vos aliviarei. EU mesmo vou aliviar.
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Acompanhamento espiritual
Para restaurar a porta do vale na minha vida, devo ser firme na direção espiritual, fazendo um passo depois do outro, vivendo fiel, assim como fizeram os judeus na restauração da porta do vale: “fixaram-lhe as folhas, os ferrolhos e trancas”. O discernimento espiritual permite distinguir o que é emocional, físico (humano) e espiritual, fortalecendo-nos frente às provações ou tentações.
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e EU vos aliviarei. […] Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,29)”.
Querido filho e filha, não desista! Reconstrua esta “porta” na fidelidade, na paciência, na constância, na luta, na humildade, na mansidão, discernindo, amando, se doando até o fim. O resultado será uma porta restaurada, firme, onde aqueles que entrarem encontrarão sempre, alívio, paz, harmonia, acolhida, enfim, encontrarão o PARAÍSO!
Jesus nos pede: novas decisões, passos firmes, plena disponibilidade no anúncio do Evangelho, amor para quem Ele ama, aos últimos, aos perseguidos, aos mais fracos. Na sua porta do vale os outros encontrarão uma nova vida e a Paz de Senhor Jesus.
Vale a pena lutar e restaurar esta porta!
Deus te abençoe!
Pe. Antonello Cadeddu
Fundador da Aliança de Misericórdia
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