Santa Josefina Bakhita e a luta contra o tráfico de pessoas

“Se eu encontrasse aqueles que me sequestraram, ajoelhar-me-ia para beijar suas mãos, porque, se isso não tivesse acontecido, eu não seria hoje cristã.”(Santa Josefina Bakhita)

No dia 8 de fevereiro, a Igreja celebra a memória de Santa Josefina Bakhita, uma mulher cuja vida testemunha a força do perdão, da liberdade interior e da confiança em Deus. Porém, sua história também traz à tona um tema urgente: o tráfico de pessoas. É por isso que essa data foi escolhida como o dia mundial de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas, um convite para que os cristãos do mundo inteiro se unam em oração e ação por aqueles que sofrem essa realidade.

De escrava à santa: A história de santa Josefina Bakhita

Santa Josefina Bakhita nasceu no Sudão, por volta de 1869. Aos sete anos, foi sequestrada por traficantes e vendida como escrava diversas vezes, sofrendo abusos e torturas. Sua infância foi marcada pelo sofrimento e pela privação da dignidade humana.

Anos depois, Bakhita encontrou um refúgio inesperado ao ser vendida a uma família italiana. Em Veneza, ela conheceu o cristianismo e encontrou, pela primeira vez, uma liberdade que não era apenas física, mas espiritual. Após sua conversão, decidiu se tornar religiosa, ingressando nas Filhas da Caridade Canossianas, onde viveu uma vida de oração, serviço e perdão.

Seu testemunho de libertação e fé fez com que, em 2000, fosse canonizada por São João Paulo II, tornando-se um símbolo da dignidade humana e da luta contra toda forma de escravidão moderna.

Símbolo contra o tráfico humano?

A experiência de Santa Bakhita como escrava ressoa ainda hoje, pois, infelizmente, o tráfico de pessoas continua sendo uma das maiores violações dos direitos humanos no mundo. De acordo com a ONU, milhões de homens, mulheres e crianças são traficados anualmente, explorados em trabalhos forçados, na prostituição ou como servos domésticos.

O dia mundial de oração contra o tráfico de pessoas, celebrado em 8 de fevereiro, foi instituído em 2015 pelo Papa Francisco, que destacou a importância de combater esse mal com ações concretas e com a força da oração. Santa Bakhita, ao ser reconhecida como a padroeira das vítimas do tráfico, se torna uma intercessora e inspiração para a luta pela dignidade de todas as pessoas.

Embora a escravidão como instituição tenha sido abolida, o tráfico humano é uma forma contemporânea de escravidão. A história de Santa Bakhita nos lembra que, além da ação política e social, a transformação começa no coração. Sua mensagem de perdão e liberdade interior desafia uma sociedade que muitas vezes normaliza a exploração.

O dia mundial de oração contra o tráfico de pessoas nos convida a rezar pelas vítimas, pedir a intercessão de Santa Bakhita para que todos tenho direito a liberdade e a dignidade de filhos de Deus.

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