O que é o Purgatório? Entenda o que a Igreja nos ensina

A doutrina do purgatório é uma das mais belas expressões da misericórdia de Deus. Muitas vezes incompreendida ou ignorada, ela revela o amor divino que purifica a alma para o encontro pleno com o Senhor. Neste artigo, vamos explorar o que é o purgatório à luz das Sagradas Escrituras, do Catecismo da Igreja Católica e dos documentos do Magistério, buscando clareza doutrinal e crescimento espiritual.

O que diz a Bíblia sobre o Purgatório?

Embora a palavra “purgatório” não apareça literalmente nas Escrituras, a ideia de purificação após a morte está presente. Um dos textos mais citados é 2 Macabeus 12,46: “É, pois, um pensamento santo e salutar rezar pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados.” Esta prática de orar pelos falecidos implica que eles podem se beneficiar espiritualmente mesmo após a morte, algo que só faz sentido se houver um estado intermediário, onde almas são purificadas.

Outro fundamento bíblico está em 1 Coríntios 3,13-15, onde São Paulo afirma que a obra de cada um será provada pelo fogo e que “se a obra de alguém se queimar, sofrerá prejuízo; ele, porém, será salvo, mas como que através do fogo.” Este “fogo” é tradicionalmente interpretado como o processo de purificação da alma.

O que Ensina o Catecismo da Igreja Católica?

O Catecismo da Igreja Católica (CIC), nos números 1030-1032, ensina que: “Aqueles que morrem na graça e na amizade de Deus, mas ainda imperfeitamente purificados, embora tenham a salvação eterna assegurada, passam após sua morte por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu.”

Este estado de purificação é o purgatório. Ele não é um castigo, mas um dom da misericórdia divina. Deus quer que todos sejam santos (cf. Mt 5,48), e o purgatório é a expressão final desse chamado à santidade para aqueles que ainda não estão plenamente purificados.

A Tradição e o Magistério confirmam

O Concílio de Trento reafirmou solenemente a doutrina do purgatório, condenando os que a negassem (cf. Denzinger-Hünermann 1820-1821). A Igreja sempre ensinou que as almas no purgatório se beneficiam das orações dos fiéis, especialmente da celebração da Santa Missa. Por isso, é uma obra de misericórdia espiritual rezar pelos mortos, como também ensinado nas obras de caridade da Aliança de Misericórdia.

Santo Agostinho e São Gregório Magno também falaram sobre a purificação após a morte. Santo Tomás de Aquino descreve o purgatório como um sinal da justiça e bondade de Deus, que prepara as almas para a visão beatífica.

Um chamado à esperança e misericórdia

A doutrina do purgatório não deve causar medo, mas esperança. Ela nos lembra que Deus é justo e misericordioso, e que Ele continua a agir nas almas mesmo após a morte. Para os membros da Aliança de Misericórdia, este ensino é especialmente significativo, pois nos inspira a viver a caridade concreta para com os mais pobres e a rezar incessantemente pelos falecidos, levando a luz da Ressurreição a todos.

Que possamos confiar no Senhor e ajudar as almas do purgatório com nossas orações, sacrifícios e participação na Eucaristia, colaborando com o projeto de salvação que é expressão viva do amor de Deus.

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