Meditação sobre o Natal Padre Pio

No desejo de viver bem o Natal de Nosso Senhor, separamos essa simples e muito bonita meditação do Padre Pio, um grande Santo, sempre muito próximo da Aliança de Misericórdia, que essa meditação te ajude a viver o Natal com profundidade e plenitude.

 

Meditação:

“No coração da noite, na estação mais fria, na gruta mais gelada – mais adequada ao gado do que aos seres humanos – vem uma luz na plenitude dos tempos, o prometido, Jesus, o Salvador dos homens.

Sem barulhos em volta, um boi e um asno dão calor ao pobre recém-nascido. Ao seu lado, O adoram uma mulher humilde e um homem pobre.

Ouve-se apenas os vagidos e o choro do Menino Deus. Com este choro e com estes vagidos, Ele oferece à Divina Justiça o primeiro resgate para a nossa reconciliação.

Há quarenta séculos que se espera a sua chegada.

Entre suspiros, os antigos Patriarcas haviam invocado sua vinda e os escritores sagrados claramente haviam profetizado o lugar e a época do seu nascimento.

 Porém, tudo é silêncio e parece que ninguém conhece este acontecimento.

Só um pouco mais tarde Ele recebe a visita dos pastores que se ocupam de vigiar o rebanho nos prados.

 Foram advertidos por espíritos celestiais de tão grande acontecimento e convidados a ir à gruta.

Quais e quantos são, ó cristãos, os ensinamentos que tem como ponto de partida a gruta de Belém!

Oh, como deve sentir-se incendiado de amor o coração de cada um pelo Deus que por nós se fez toda ternura!

Oh, como deveríamos arder pelo desejo de conduzir o mundo inteiro a essa gruta humilde, asilo do Rei dos reis, maior que o mais suntuoso palácio humano, porque é trono e morada de Deus.

Roguemos a este Divino Menino que nos revista de humildade, dado que somente com esta virtude poderemos deleitar-nos com este mistério cheio de ternuras divinas.  

Resplandecem os palácios da soberba Israel, todavia não foi neles que a Luz veio ao mundo!

Os magnatas da nação judaica, orgulhosos da própria grandeza, enquanto nadam em ouro e nas comodidades;

Os Sacerdotes do Santuário, cheios de ciência vã e soberba, contrários ao verdadeiro sentido das divinas revelações, esperam um Salvador demasiado pequeno, que venha ao mundo rodeado de grandeza e poderes humanos.

Mas Deus, que está sempre pronto para confundir a sabedoria deste mundo, dispersou tais desígnios e contra todas aquelas esperanças dos que estavam privados da sabedoria divina, desceu entre nós, na maior abjeção.

Renunciou até nascer na humilde casinha de José, renunciou a um modesto alojamento entre os parentes e conhecidos na cidade de Judá e quase rechaçando os homens, pediu refúgio e socorro aos vils animais, elegendo a morada deles como lugar de seu nascimento e a respiração deles para dar calor a seu corpinho terno.

Permitiu que o primeiro obséquio lhe fosse tributado por pobres e rústicos pastores e, Ele mesmo, através de seus Anjos, informaram-lhes o grande mistério. 

Oh Sabedoria e Potência de Deus, sentimos o dever de exclamar extasiados com teu Apóstolo, como são incompreensíveis os juízos e inescrutáveis seus caminhos!  

Pobreza, humildade, abjeção e desprezo circundam o Verbo feito carne;

Para nós, na escuridão em que o Verbo foi feito carne está envolto, compreendemos uma coisa, ouvimos uma voz e entrevemos uma sublime verdade:

Tudo isso fizestes por amor, nos convidas ao amor, só nos fala de amor, não nos dá provas, senão de amor.

O Menino Celestial sofre e chora na manjedoura, para fazer com que o sofrimento para nós seja amável, meritório e desejado.  

Tudo Ele sofreu para que aprendêssemos com Ele a renunciar os bens e as comodidades terrenas.  

Ele se satisfaz com os humildes e com os pobres adoradores para nos fazer apreciar e amar a pobreza e a preferir a companhia dos humildes e dos simples, ao invés dos grandes do mundo.

Este Menino Celestial, doce e suave, quer infundir em nossos corações com seu exemplo estas sublimes qualidades, para que no mundo dilacerado e revoltado, surja uma era de Paz e Amor.

Ele, desde o seu nascimento, nos indica nossa missão, que é aquela de desprezar tudo o que o mundo ama e busca.

Oh, prostremo-nos diante do presépio e com o grande São Jerônimo, o santo inflamado pelo amor ao Menino Jesus, devemos oferecer-lhe todo nosso coração sem reserva alguma, prometendo-lhe colocar em prática seus ensinamentos, os quais chegam a nós da gruta de Belém e manifestam-se claramente que sobre este mundo tudo é vaidade das vaidades e nada mais do que vaidade!”

 

Desejamos a todos um Feliz e Santo Natal!

 

Veja também: Natal e a Cultura da Vida

 

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