A cura física pelo perdão
Toda vez que ouvimos a palavra perdão podemos ter várias posturas; primeira de uma consciência leve, que olhando para trás não vê que deixou assuntos pendentes e a segunda um certo incômodo.
Sim, não é fácil perdoar. Não é à toa que este ato é uma das condições para alcançar o Reino dos Céus. Basta vermos que todo o capítulo 18 do Evangelho de Mateus se dedica a dar soluções para os problemas de relacionamento entre as pessoas, enquanto apresenta o Reino dos Céus como acolhida e reconciliação.
Vamos nos ater ao trecho dos versículos 21-35, que começa com a pergunta de Pedro:
“Senhor, se meu irmão me ofender, quantas vezes devo perdoar? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”.
Pedro talvez quisesse colocar um limite para sua ação, talvez até estivesse disposto a perdoar, mas, não sempre e nem tudo. Jesus propõe a plenitude do perdão; incondicional e inesgotável, uma ação quase divina.
Quando entra um “mas”
Sabe quando dizemos “tá bom eu perdoo, mas não vai ser a mesma coisa”? Está aí a armadilha do ‘até sete vezes’ de Pedro. Aquele “mas”, deixa margem para que a poeira se acumule nos cantos e a ferida, que deveria cicatrizar, fica inflamada.
O ressentimento não atinge só o nosso interior (que pode ser maquiado), desequilibra a harmonia do nosso corpo, a psique e o físico sofrem.
Posso dar um exemplo bem recente que aconteceu comigo:
No ano de 2015 eu morava na missão de Portugal com outros missionários. Aconteceu uma situação desagradável que se arrastou por um bom tempo sem resolução. Sofri uma angústia muita grande, um misto de raiva, tristeza e vergonha por esta situação.
Depois de algumas conversas tudo foi esclarecido e resolvi passar uma borracha. Mesmo bem magoada, não expus tudo o que queria, não perdoei direito, e nem me perdoei. Como dizem hoje em dia, “deu ruim”.
Um mês depois comecei a sentir que meu corpo não estava legal; acordava a noite com muita tosse, durante o dia sentia um cansaço enorme. Resolvi ir ao médico; ele solicitou os exames e qual não foi minha surpresa eu estava com um quadro de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). Todavia, não associei os fatos, visto que eu havia “perdoado”.
Oração de perdão
No ano seguinte, de volta ao Brasil, participava de um encontro de oração, com um pastor evangélico que a Aliança trouxe para que falasse um pouco do seu ministério de cura interior e libertação.
Num determinado momento ele perguntou se alguém ali tinha alguma doença crônica; levantei a mão junto com outras pessoas. Ele me olhou e perguntou qual era, respondi e logo ele iniciou a oração.
Primeiro, perguntou quando ela havia começado e pediu para eu fazer o exercício de trazer à mente a primeira imagem que representava este período. A imagem que minha mente trouxe foi justamente daquela situação com todas as pessoas envolvidas.
O que aconteceu depois, foi maravilhoso! Ele me pediu para imaginar Jesus nesta situação e foi o que fiz. Enquanto via repetia, na frente d’Ele que perdoava de coração tudo o que havia acontecido.
O pregador então, me pediu de dar a mão para ele e assim corrermos por todo o salão; o que antes era uma fadiga que quase me matava, agora não me causava mais nada. Senti no meu corpo que estava curada.
O perdão me curou. O perdão de coração. Faz um ano e não sinto mais nada daquela asma. Este é o convite que faço a cada um que lê este simples artigo; deixe o Cristo iluminar os seus sentimentos, tocar ali onde mais dói; convidá-Lo para entrar nesta situação, se acaso precisas perdoar alguém, pois, é só pela graça da Presença de Deus que isso acontecerá. Faça este exercício, as graças serão abundantes.
Por Fernanda Tabosa
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