Cristo e sua Igreja segundo Edith Stein

“Aí vem o esposo; ide ao seu encontro”

A união da alma com Cristo não é o mesmo que a comunhão entre duas pessoas humanas: começa com o batismo e é constantemente reforçada com os outros sacramentos; é uma integração e um impulso de seiva, como nos diz o símbolo da videira e dos ramos (Jo 15).

Este ato de união com Cristo provoca uma aproximação membro a membro entre todos os cristãos; deste modo, a Igreja toma a figura de Corpo Místico de Cristo.

Este corpo é um corpo vivo e o espírito que o anima é o Espírito de Cristo, que, partindo da cabeça, se comunica a todos os membros; o espírito que emana de Cristo é o Espírito Santo, e por conseguinte a Igreja é o templo do Espírito Santo (cf 1Cor 6,19).

Mas, apesar da real unidade orgânica da cabeça e do corpo, a Igreja encontra-se ao lado de Cristo como pessoa independente. Enquanto Filho do Pai Eterno, Cristo vivia antes do início dos tempos e antes de qualquer existência humana; pelo ato da criação, a humanidade vivia antes de Cristo tomar a natureza humana e ser integrado nela.

Pela sua encarnação, Ele trouxe à humanidade a sua vida divina; pela sua obra de redenção, tornou a humanidade capaz de receber a graça. (…)

A célula primitiva desta humanidade resgatada é Maria: é nela que se realiza pela primeira vez a purificação e a santificação operadas por Cristo, é Ela a primeira a ser cheia do Espírito Santo.

Antes de nascer da Santíssima Virgem, o Filho de Deus criou esta Virgem cheia de graça e, nela e com ela, a Igreja. É por isso, sendo uma criatura distinta dele, a Igreja se encontra a seu lado, embora indissoluvelmente ligada a Ele.

Qualquer alma purificada pelo batismo e elevada ao estado de graça é, por essa mesma razão, criada por Cristo e nascida para Cristo. Mas é criada na Igreja e nasce pela Igreja.

(…) Assim, a Igreja é a mãe de todos aqueles a quem se destina a redenção. É-o pela sua união íntima com Cristo, e porque se realiza a seu lado, na qualidade de Esposa de Cristo, para colaborar na sua obra de redenção.

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa “A mulher e o seu destino”

Segundo fonte de Evangelho Quotidiano

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