Aliança em missão no Ruanda – terra de dor e esperança
Um dos maiores massacres já registrados num país, com quase um milhão de mortes, instigadas pelo ódio entre etnias. Este é o histórico mais recente de Ruanda, país do continente africano que se recupera desta chaga e onde a Aliança de Misericórdia inicia um contato pastoral.
Terra marcada pela dor
Ruanda está localizada na região da África Central e atualmente possui uma população de mais de 10 milhões de pessoas. O idioma oficial é o francês, porém, toda a população fala o kinyarwanda.
No século XI, Ruanda se tornou uma monarquia liderada por um chefe da etnia tutsi, apesar da maioria da população ser da etnia hutu
Em 1899, o pais se tornou colônia alemã, mas com a derrota da Alemanha na Primeira Guerra, passou para o domínio da Bélgica, com a ajuda de soldados do Congo (1919).
Em 1959, um novo rei tutsi subiu ao poder após a morte de Mutara III, todavia, os hutus, provocados por militares belgas, se levantam contra a decisão iniciando um conflito civil entre as duas etnias, o que leva à queda da monarquia tutsi.
Trinta anos de guerra civil e genocídio
Em 1962 sobe ao poder um presidente hutu que promove uma propaganda de supremacia de sua etnia, o que provoca uma emigração de milhares de tutsi. Nos anos 90, exilados tutsi se unem à grupos armados vindos de Uganda, invadem Ruanda para pressionar o presidente a dar mais liberdade para a etnia.
Ao assinar o acordo de paz, os hutus se revoltaram voltando assim com a onda de violência. O presidente conseguiu um tempo de trégua, mas após a queda do avião dos presidentes de Ruanda e Burundi, sob suspeitas de terrorismo, a guerra civil explodiu. Grupos militares e a população hutu começou um massacre.
Os conflitos começaram em Kigali, capital, se espalhando por todo o país durante três meses ( de abril a junho). Números oficiais indicam que cerca de 800 mil pessoas foram mortas entre tutsi e hutus moderados e com mais de 2 milhões de refugiados.
Hoje o atual presidente é Paul Kagame, guerrilheiro tutsi que está no poder desde 1994 e que tem recebido elogios de líderes internacionais, pois conseguiu conduzir o país depois de décadas de conflitos.
Fez com que a economia do país crescesse 8% ao ano e diminuiu as taxas de pobreza. Porém, o clima de medo ainda paira no ar, pois praticamente não há oposição ao presidente. Os que se levantaram buscaram exílio em países vizinhos.
Missão da Aliança
Dizemos que a Misericórdia de Deus é atraída pela miséria humana: cada ser humano, na sua pobreza clama aos céus para que venha em seu socorro. Impulsionados por este carisma, a Aliança de Misericórdia iniciou um contato com a igreja deste país tão marcado pela dor.
O contato com Ruanda nasceu dos missionários da Bélgica: “começamos um trabalho lá em julho de 2017 quando Padre João Henrique e a missionária Ana Teresa foram pregar em um Retiro para casais”, disse João Felipe, missionário na Bélgica.
“Depois disso, eles foram outra vez em dezembro de 2017 para pregar no retiro Nacional dos Jovens”, continuou.
João Felipe continua dizendo que “nessa ocasião nasceu um grupo de Kigali para fazer o discernimento”. Explicamos: toda vez que um grupo sente de iniciar um trabalho de evangelização com o carisma da Aliança, ele inicia um período de jejum e oração por 40 dias, para assim ouvir melhor a voz de Deus.
No caso de Ruanda, há um grupo que faz este processo e caminha como amigos da Aliança, porém, sem professarem ainda os vínculos.
“Através do Bispo de Butaré organizamos um retiro de preparação para Páscoa com todas as escolas católicas da diocese para 2.500 jovens. Esse evento foi realizado em março de 2018”, lembra João Felipe.
Desde o dia 01 de agosto, Padre Henrique e o missionário Diego estão no país para realizarem uma visita pastoral às pessoas que são próximas dos amigos e para encontros de espiritualidade nas cidades de Kigali e Butaré.
Em Butaré acontecerá um encontro para os paroquianos da Paróquia de Saint Michel Cidade de Nyamiaga. E em Kigali haverá um encontro para casais e um dia de encontro para os membros do grupo de amigos da Aliança de Misericórdia.
Depois de rever, de forma muito rápida a história de Ruanda, o coração se alegra por saber que o anúncio da misericórdia chegou a esta terra tão sofrida, mas que Deus olhou e se compadeceu.
Rezemos para que os frutos sejam abundantes.
Segundo Fonte de Info Escola
JPN Portugal
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