A transmissão da Revelação Divina
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 74, diz: “Deus <<quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade>> (1 Tm 2, 4), quer dizer, de Cristo Jesus. Por isso, é preciso que Cristo seja anunciado a todos os povos e a todos os homens, e que, assim a Revelação chegue aos confins do mundo:
Deus dispôs amorosamente que permanecesse íntegro e fosse transmitido a todas as gerações tudo quanto tinha revelado para salvação de todos os povos.”
Deus deseja que toda a humanidade seja salva, Ele quer que todos cheguem ao conhecimento da Verdade, e que Cristo seja anunciado em todo o mundo.
Para isso, Deus institui a Igreja com a Tradição Apostólica, começando em Pedro, e dando poder aos Apóstolos para pregarem em Seu nome, curarem em Seu nome e ensinarem em Seu nome, evangelizando todos os povos.
Essa tradição permanece viva na Igreja pela Sucessão Apostólica e chega hoje a cada um de nós.
“Cristo Senhor, em quem toda a revelação do Deus altíssimo se consuma, tendo cumprido e promulgado pessoalmente o Evangelho antes prometido pelos profetas, mandou aos Apóstolos que o pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, comunicando-lhes assim os dons divinos” (CIC 75).
A transmissão do Evangelho e da Revelação:
A transmissão do Evangelho acontece de duas formas principais:
- Oralmente, «pelos Apóstolos, que, na sua pregação oral, exemplos e instituições, transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do Espírito Santo»;
- Por escrito, «por aqueles apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação».
A pregação dos apóstolos permanece viva através da sucessão. Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo, denomina-se Tradição, enquanto distinta da Sagrada Escritura, embora estreitamente a ela ligada. Pela Tradição, «a Igreja, na sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo que ela é e tudo em que acredita» (CIC 78).
A Tradição:
A tradição mantém vivo os ensinamentos Evangélicos e a Sagrada Escritura o embasa e comunica. Assim o Catecismo nos ensina:
“A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito divino».
A sagrada Tradição, por sua vez, conserva a Palavra de Deus, confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, e transmite-a integralmente aos seus sucessores, para que eles, com a luz do Espírito da verdade, fielmente a conservem, exponham e difundam na sua pregação.
Daí resulta que a Igreja, a quem está confiada a transmissão e interpretação da Revelação, «não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência»” (CIC 81 -82)
O depósito da fé, contido na Tradição sagrada e na Sagrada Escritura, foi confiado pelos Apóstolos ao conjunto da Igreja.
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O Magistério da Igreja:
Cabe a Igreja e seu magistério a Interpretação da Sagrada Escritura de forma autêntica. O magistério não está acima da Palavra de Deus, mas a serviço, ensinando somente o que foi transmitido, não mudando uma vírgula da Palavra.
Os fieis, lembrando-se da palavra de Cristo aos Apóstolos “Quem vos escuta, escuta-me a Mim” (Lc 10, 16), recebem com docilidade os ensinamentos e as diretrizes que os seus pastores lhes dão, sob diferentes formas.
E por isso somente a Igreja, na pessoa do Vigário de Cristo (o Papa) pode proclamar dogmas de fé, pois ela é o depósito da fé, a guardiã da tradição e da Palavra de Deus. O Santo Padre é o autêntico sucessor de Pedro, que transmite a verdade Revelada com a ajuda do Espírito Santo.
Por isso, o Catecismo no ponto 94 diz: “Pela contemplação e pelo estudo dos crentes, que as meditam no seu coração» e particularmente pela «investigação teológica, que aprofunda o conhecimento da verdade revelada,
– Pela inteligência interior das coisas espirituais que os crentes experimentam»; «Divina eloquia cum legente crescunt» – «As palavras divinas crescem com quem as lê» (63).
–Pela pregação daqueles que receberam, com a sucessão episcopal, um carisma certo da verdade”.
A verdade revelada por Cristo não mudou ao longo do tempo, é a mesma revelação, o Evangelho é o mesmo, e por isso a Igreja guarda e protege essa fé, nunca deixando de lado a missão confiada por Deus, de anunciar até os confins da Terra a Sua palavra!
Fonte: Catecismo da Igreja Católica
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