Desde a chegada dos portugueses no Brasil em 1500, o catolicismo desempenhou um papel fundamental na formação da cultura e sociedade brasileira. Missões religiosas e ordens católicas desempenharam um papel vital na colonização, catequizando e convertendo as populações nativas.

Graças ao trabalho de centenas de jesuítas, que adentraram em todas as partes do Brasil, houve a catequização dos indígenas e a propagação da fé ao povo local, assim como a preservação da cultura e língua indígena. A arquitetura das igrejas barrocas, a arte sacra e as festividades religiosas marcaram profundamente a identidade do país.

Mas, avançando um pouco no tempo, vamos para o dia 22 de agosto de 1822, quando Dom Pedro I, ainda Príncipe Regente, viajava do Rio de Janeiro até São Paulo. Preocupado com a política da época, fez paradas estratégicas em cidades como Bananal, Areias e Guaratinguetá.

Nesse último local, o destino se entrelaçou com a fé católica. Nas atas imperiais, estava registrado que Dom Pedro visitaria a “Capela da Santa”, atual Basílica Histórica de Aparecida.

Na Capela, Dom Pedro I fez uma prece fervorosa à Nossa Senhora da Conceição, buscando sua intercessão para a independência do Brasil. Em suas preces e promessas, ele se comprometeu a proclamar Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil e consagrar a nação à Virgem Maria caso a independência fosse alcançada.

Essa promessa se concretizou em 12 de outubro de 1822, quando Dom Pedro I foi aclamado Imperador do Brasil, marcando também o dia da Padroeira.

O gesto de Dom Pedro I, ajoelhando-se diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida, não apenas refletiu sua devoção pessoal, mas também simbolizou a conexão profunda entre a fé e a nação. A devoção à Padroeira do Brasil permaneceu um fator unificador em tempos turbulentos. A celebração de Nossa Senhora Aparecida em 12 de outubro não só celebra a fé, mas também reafirma a unidade e a devoção do povo brasileiro.