“Vencer ou Morrer”: Um filme que nos lembra a coragem dos mártires e o chamado a permanecer fiel.
O filme “Vencer ou Morrer” que estreia nos cinemas brasileiros no dia 5 de junho de 2025, chega em um momento simbólico para a Igreja Católica. O falecimento do Papa Francisco e a eleição do Papa Leão XIV, traz uma camada ainda mais densa de reflexão sobre o papel da fé, da resistência e da fidelidade nos tempos atuais. E não é exagero afirmar: este filme transcende a tela e se torna um verdadeiro espelho da Igreja de todos os tempos, desafiada a permanecer firme, mesmo quando tudo parece conspirar contra ela.
O longa-metragem francês resgata um dos episódios mais ocultados da história moderna: a Guerra da Vendeia (1793-1796). Um levante de camponeses católicos contra os horrores da Revolução Francesa, que, sob o pretexto de liberdade, igualdade e fraternidade, promoveu um dos maiores genocídios da modernidade, especialmente contra os fiéis católicos que se recusaram a trair sua consciência e sua fé.
O protagonista, François de Charette lidera um povo simples que entende que a fé não é um adereço cultural, mas uma questão de vida ou morte. No filme, missas clandestinas, sacerdotes perseguidos, crucifixos escondidos e terços apertados nas mãos sujas de barro dos camponeses tornam-se sacramentais de uma fé que não se curva diante da tirania.
O filme traz de forma brilhante os acontecimentos, não romantiza a guerra, nem exalta a violência. Pelo contrário, mostra que a verdadeira resistência não está no ódio, mas na fidelidade. Assim como os mártires da Igreja em todos os tempos, os personagens enfrentam não apenas a opressão física, mas sobretudo a tentativa de silenciar o transcendente, apagar o sagrado e destruir a identidade cristã.
O filme não é apenas uma viagem ao passado. É um espelho que reflete o presente. Afinal, qual é a nossa Vendeia hoje? Quais são as guilhotinas simbólicas que ameaçam nossa fidelidade? A pressão cultural, as legislações que afrontam a vida e a dignidade humana, a ridicularização pública da fé… Tudo isso configura, em nossos dias, uma nova forma de perseguição.
Diante disso, “Vencer ou Morrer” faz um apelo direto: ou assumimos a nossa fé com coragem, ou seremos engolidos pela apatia espiritual. Não se trata de pegar em armas, mas de empunhar o terço, de fortalecer a vida sacramental, de ser sal e luz em uma sociedade que, muitas vezes, rejeita a presença de Deus.
Em tempos em que tantos conteúdos culturais conduzem à banalização da vida, da fé e da moral, “Vencer ou Morrer” como filme que traz uma verdade dura e real, o martírio existe e é uma realidade que atravessa os séculos.
A obra dialoga, inclusive, com o surpreendente dado divulgado na Páscoa de 2025: mais de 10 mil jovens, entre 18 e 25 anos, decidiram ser batizados na França. Um sinal claro de que a semente dos mártires da Vendeia germina, ainda hoje, no coração de uma geração que redescobre que viver sem Deus é morrer em vida.
“Vencer ou Morrer” não é só um filme. É um grito, um clamor, um convite. A pergunta que ele nos deixa não poderia ser mais atual e provocativa: estamos dispostos a morrer de pé, como Charette, ou viver de joelhos diante das pressões do mundo?
0 Comments