Santo André, apóstolo, é uma figura silenciosa, mas profundamente significativa no Evangelho. Seu nome não aparece tanto quanto o de seu irmão, São Pedro, mas sua missão é igualmente essencial: ele foi o primeiro a seguir Jesus, e foi também quem levou Pedro até o Senhor. Por isso, é conhecido como o “primeiro chamado” — aquele que, ao ouvir o convite do Mestre, respondeu com prontidão, fé e generosidade.

Mas o que o chamado de André nos ensina hoje? Como aplicar sua atitude de discipulado à nossa realidade, especialmente num mundo que hesita diante das exigências da fé?

Um coração que reconhece o Messias

O relato do chamado de André está no Evangelho de João (1,35-42). Ele era discípulo de João Batista, o profeta do deserto. Quando João aponta Jesus e diz:

“Eis o Cordeiro de Deus”,
André não hesita. Segue Jesus imediatamente e passa “o resto do dia com Ele”. Depois, corre e diz a seu irmão:
“Encontramos o Messias!”

Essa atitude revela um coração preparado, atento aos sinais de Deus e livre para responder com prontidão. Ele não precisava de garantias ou explicações. Bastou o olhar e a presença de Jesus para que tudo mudasse.

O discipulado começa com o encontro

Santo André nos lembra que o discipulado cristão começa com um encontro pessoal com Cristo. Não se trata apenas de saber doutrina ou frequentar práticas religiosas, mas de se deixar tocar por Jesus de forma viva e transformadora. Ele não ficou apenas admirando o Mestre à distância: quis estar com Ele, ouvir Sua voz, partilhar da Sua presença.

Esse é o primeiro passo para todo chamado vocacional: permanecer com Jesus, ouvir seu coração, deixar-se conduzir.

Um discípulo que aponta o caminho

Outra característica marcante de André é sua missão de ponte: ele leva outros a Jesus. Foi assim com Pedro, e mais tarde com o menino dos cinco pães e dois peixes (Jo 6,8-9). André não busca protagonismo, mas facilita o encontro dos outros com Cristo.

Hoje, a Igreja precisa de discípulos como ele: apaixonados por Jesus e dispostos a conduzir outros a esse encontro transformador — seja através da missão, da escuta, da evangelização simples do dia a dia.

Uma resposta para o nosso tempo

Em um mundo marcado pela indiferença e lentidão espiritual, Santo André nos inspira a dar uma resposta imediata ao chamado de Deus. Seja para uma vocação consagrada, para a missão junto aos pobres, ou simplesmente para viver o Evangelho com autenticidade, o tempo de seguir Jesus é agora.

Que a vida de Santo André, apóstolo, desperte em nós o desejo de sermos também “os primeiros chamados” em nossa geração — prontos para deixar tudo por Cristo e levar muitos a encontrar n’Ele o verdadeiro sentido da vida.

“Jesus olhou para eles e disse: Vinde e vede…” (Jo 1,39)