Desde o início de seu pontificado, em 13 de março de 2013, o Papa Francisco tem destacado a misericórdia como o coração da mensagem cristã. Sua escolha do lema episcopal “Miserando atque eligendo” (“Olhou-o com misericórdia e o escolheu”) é um reflexo de sua própria experiência de ser alcançado pela ternura de Deus. A partir dessa vivência pessoal, Francisco tem conduzido a Igreja a viver a misericórdia como um caminho de transformação pessoal, comunitária e social.

A misericórdia no centro do pontificado

O Papa Francisco colocou a misericórdia no centro de sua missão pastoral ao convocar o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, celebrado de dezembro de 2015 a novembro de 2016. Durante esse período, ele incentivou todos os cristãos a redescobrirem o rosto misericordioso de Deus, especialmente por meio da reconciliação no sacramento da confissão e das obras de misericórdia espirituais e corporais.

Na bula de proclamação do Jubileu, Misericordiae Vultus (O Rosto da Misericórdia), Francisco declarou que “a misericórdia é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro”. Ele também enfatizou que a Igreja deve ser um “hospital de campanha”, acolhendo com amor aqueles que sofrem as feridas do pecado, da exclusão e da injustiça.

A prática da misericórdia não se limitou a palavras ou documentos. O Papa Francisco deu testemunho vivo dessa virtude em inúmeras ações concretas:

• Encontro com os pobres e excluídos: Em suas viagens apostólicas e audiências, Francisco fez questão de estar próximo dos marginalizados, como moradores de rua, migrantes e prisioneiros.
• Defesa da dignidade humana: Sua encíclica Fratelli Tutti reafirma o chamado à solidariedade e ao cuidado com os mais vulneráveis, promovendo uma cultura do encontro.
• Iniciativas práticas no Vaticano: Ele criou espaços para banho, atendimento médico e distribuição de alimentos para pessoas em situação de rua, mostrando que a misericórdia deve ser tangível.

A misericórdia na espiritualidade da Aliança de Misericórdia

O chamado à misericórdia promovido pelo Papa Francisco ecoa profundamente na espiritualidade da Aliança de Misericórdia. Assim como o Papa convida a Igreja a ser uma expressão do amor misericordioso de Deus, a Aliança busca ser um sinal de esperança para os mais pobres e excluídos da sociedade.

A missão de acolher, amar e transformar vidas reflete o mesmo espírito de “Igreja em saída” que Francisco propõe. A Aliança vive essa espiritualidade ao:

• Acolher os feridos: Inspirada pela misericórdia divina, a Aliança alcança os mais pobres e marginalizados, oferecendo acolhimento e oportunidade de reconstrução de vida.
• Evangelizar com compaixão: A missão evangelizadora da Aliança prioriza aqueles que mais necessitam ouvir o amor de Deus, agindo como um “hospital de campanha espiritual”.
• Formar agentes de misericórdia: Assim como Francisco incentiva a prática das obras de misericórdia, a Aliança forma missionários e voluntários para viverem o chamado à caridade e à compaixão.

Um chamado para todos nós

O pontificado do Papa Francisco é um convite constante para que todos os cristãos vivam a misericórdia como essência do Evangelho. Sua mensagem não é apenas teórica, mas prática: um apelo a olhar o próximo com os olhos de Cristo, especialmente os mais frágeis e necessitados.

Ao refletir sobre o legado de Francisco e a missão da Aliança de Misericórdia, somos chamados a fazer a pergunta fundamental: Como posso viver a misericórdia no meu cotidiano? Seja por meio da oração, da reconciliação ou das obras concretas de amor, cada cristão é convidado a ser um instrumento do amor misericordioso de Deus no mundo.

Que possamos, inspirados pelo Papa Francisco e pela espiritualidade da Aliança de Misericórdia, abraçar essa missão e levar ao mundo o rosto compassivo e amoroso de Deus!