Frei Salvador Pinzetta – Santidade Brasileira
Uma importante etapa do processo de beatificação do Venerável Servo de Deus, Frei Salvador Pinzetta, foi marcada por uma missa seguida de sessão pública realizada em Flores da Cunha, no interior do Rio Grande do Sul. O evento encerrou oficialmente o processo diocesano sobre um presumido milagre atribuído à intercessão de Frei Salvador, cujas evidências serão agora encaminhadas para averiguação pela Congregação para as Causas dos Santos no Vaticano. Este passo é crucial no caminho para que Frei Salvador seja reconhecido como beato pela Igreja Católica.
A sessão pública foi precedida por uma missa presidida pelo bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gilson, e contou com a participação de diversas autoridades eclesiásticas. Entre os presentes estavam o conselheiro geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, Fr. Carlos Silva, e o ministro provincial dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul, Fr. Nilmar Carlos Gatto, além de membros do Tribunal Eclesiástico e fiéis locais.
Durante a homilia, Dom José destacou o papel de Frei Salvador Pinzetta como um exemplo de humildade, oração e serviço, que soube viver em comunhão com Deus e em profunda dedicação aos necessitados. Segundo o bispo, “Deus fez do seu servo, Frei Salvador Pinzetta, um instrumento de paz e amor no mundo, marcando a vida das pessoas e desta comunidade”. O religioso capuchinho, que viveu a maior parte de sua vida em Flores da Cunha, é lembrado por suas virtudes de simplicidade e caridade, sendo um modelo de oração e trabalho.
Histórico do processo de beatificação de Frei Salvador Pinzetta
A causa de beatificação de Frei Salvador Pinzetta teve início em 1977, apenas cinco anos após sua morte, ocorrida em 31 de maio de 1972. Frei Salvador, nascido em 29 de julho de 1911, em Casca, no Rio Grande do Sul, era filho de uma família de agricultores e teve 12 irmãos. Desde cedo, destacou-se por sua espiritualidade, dedicação ao trabalho rural e amor ao próximo.
Frei Salvador entrou para o Seminário dos Frades Capuchinhos aos 32 anos e fez votos como leigo professo, dedicando-se à vida religiosa no Convento de Flores da Cunha. Conhecido por sua simplicidade e vida de trabalho, ele se tornou uma figura amada pela comunidade, especialmente por suas atividades na lavoura e por levar a Eucaristia aos enfermos, sendo o primeiro Ministro Extraordinário da Eucaristia da Paróquia de Flores da Cunha. Sua vida foi marcada pela humildade, fé e dedicação ao trabalho, sempre visando o bem-estar das pessoas ao seu redor.
O processo de beatificação de Frei Salvador foi retomado com maior intensidade em 2007, sob a orientação de Dom Frei Ângelo Domingos Salvador, que coordenou a fase de coleta de testemunhos e organização de documentos. Em 2019, Frei Salvador foi declarado Venerável, um reconhecimento da Igreja pelas suas virtudes heroicas.
O processo agora em curso envolve a comprovação de um milagre atribuído à intercessão de Frei Salvador. Esta fase é crucial para que ele seja reconhecido como beato e possa ser oficialmente venerado pela Igreja. Segundo a tradição da Igreja Católica, a comprovação de um milagre é necessária para avançar no processo de beatificação e, posteriormente, na canonização.
Embora o conteúdo específico do milagre ainda não tenha sido divulgado, sabe-se que a investigação inicial foi realizada pelo Tribunal Eclesiástico Diocesano. A documentação sobre o caso foi detalhada e criteriosamente coletada para garantir que todos os elementos fossem apresentados de forma clara e fundamentada. Se o milagre for reconhecido, o próximo passo será a declaração oficial de beatificação de Frei Salvador, tornando-o um modelo de fé e intercessão para a Igreja no Brasil e no mundo.
Durante a sessão de encerramento, Frei Carlos Silva ressaltou as palavras do Papa Francisco sobre os frades capuchinhos, afirmando que muitos deles são “homens simples, do povo, homens da reconciliação”. Essas palavras refletem perfeitamente o legado de Frei Salvador Pinzetta, um religioso que viveu com autenticidade o carisma franciscano, unindo fé, trabalho e serviço aos mais necessitados.
Frei Nilmar Carlos Gatto, ministro provincial dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul, também destacou a importância do processo de beatificação como um símbolo da “presença do mais belo da Igreja, da comunhão com Deus e com o povo”. O exemplo de Frei Salvador, com sua vida simples e dedicada, continua a ser um incentivo para que todos possam viver mais plenamente os valores do Evangelho.
Fonte: Vaticannews
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