A Sagrada família é real ou imaginária?

Imagem da Sagrada Família em aquarelaUma Família “fracassada”

“Quer seguir uma família fracassada? Família de Nazaré! Imagine o que comentaram deles… Mas José não estava nem aí pra isso! José, porque não dava ouvidos para o que as pessoas diziam, ele podia dar ouvidos para o que Deus dizia.

Se você quer dar ouvidos para o que Deus tem a lhe dizer, a primeira coisa a fazer: cerre os seus ouvidos para aquilo que a sociedade, principalmente essa sociedade hipócrita, que só vive na aparência, que só vive para o ‘ter‘.

Que está nadando, nadando, nadando e morrendo na praia. Que está se desestruturando. É preciso ter coragem de fechar o ouvido e dizer: Eu tenho que ser surdo!

José fez exatamente isso. A fé de José não é uma fé cega, é uma fé que enxerga longe. Não é uma fé surda. É uma fé que escuta Deus até nos sonhos! E isso que era característica marcante em José, era também em Maria. Maria também não aceitou Deus passivamente na sua vida.

Maria questionou. Maria perguntou: Como se fará isso? Eu não conheço homem. Significa: Eu não tive nenhum relacionamento sexual com homem. Maria pergunta para Deus. E quem pergunta para Deus tem a resposta.” (Padre Léo)

Família, fonte de vocações

Sabemos que a família de Nazaré é fonte e modelo para vivermos concretamente o desafio de sermos pequenos e fecundos lares nos dias atuais. Embora sejamos muito limitados, devemos contar com a graça de Deus para conduzir a nossa igreja doméstica.

É dela que vieram e nasceram as vocações que hoje ainda resistem e enxergamos como esperança para o futuro da nossa sociedade.

Costumamos ser motivados diariamente por um padre amigo nosso que sempre nos dizia: “Tudo que fizermos pela família ainda é pouco”. Nesse sentindo hoje, podemos contribuir na evangelização dos casais aqui em Manaus.

No início custamos a entender o que Jesus nos pedia, por acreditarmos ser muito novos no caminho, mas daí parando para refletir… percebemos que fizemos o que São José e a Virgem Maria fizeram tempos atrás, não pararam, não ouviram, não se importaram… mas seguiram confiantes e obedientes à vontade de Deus.

O Senhor nos chama a sermos imitadores reais dessa família!

Gostaríamos de pontuar algumas características para trilharmos de forma concreta os passos de Nazaré:

  • Meditar a Palavra de Deus: É a oração através da escuta da Palavra que podemos imitar os passos de Cristo.

Maria e José souberam acolher a Palavra de Deus. Podemos promover a intimidade com a Palavra através de Cenáculo e Círculos Bíblicos em nossas casas.

  • Vida de oração: Sabemos que a oração é o modo mais seguro e íntimo de estarmos diretamente ligados com o Pai. A nossa oração pessoal de forma simples, honesta e diária é uma conversa de Filho pra Pai.

Em outras palavras, a nossa conversa é direta e franca, sem rodeios e sem máscaras. E passar esse costume aos filhos.

  • Confiar em Deus: Se nos abandonamos sem reservas nos planos de Deus pra nós, não termos decepções e/ou frustrações. José foi visitado por um anjo em sonho e desde então acreditou e confiou no projeto de Deus.

Quando aceitamos sem questionar a vontade de Deus, ficamos mais corajosos e livres do medo de errar porque sabemos que o anjo do Senhor estará conosco. Nossos filhos também devem aprender através das nossas atitudes a acreditar e esperar a vontade de Deus pra nós.

  • Rezar em família: A família que reza unida, permanece unida. A família que caminha rumo a santidade não erra e assumem juntos o compromisso de serem céu aqui na terra. Como é triste observar que dentro de nossas famílias ainda não temos todos os membros comprometidos com a Obra.

Fazer a diferença

Embora seja difícil suportar, devemos entender que o nosso tempo é particular de cada um. A conversão não tem fim, ela é vivenciada dia após dia e somente com a graça de Deus podemos ser salvos.

Somos estrangeiros aqui… se olharmos por essa óptica somos motivados a continuar o projeto de salvação de Deus. Eu e minha casa serviremos ao Senhor.

Ah, faltou dizer que quanto a mim e ao Mackesy vivemos a espera do Menino Jesus, e sonhamos em viver a alegria e o sofrimento de ter uma família enquanto muitos não a tem.

Nesse tempo sentimos a importância de gerar os casais do Caná em Manaus e louvado seja Deus por isso.

O sofrimento nos santifica, mas também nos salva. E você, aonde se vê? Numa família que se estagnou no imaginário ou numa família que arregaçou as mangas que nem José e Maria e realizaram os desígnios de Deus.

Vem com a gente fazer a diferença e não esqueça de fechar os ouvidos para o mundo relativista em que vivemos.

Juliana e Mackesy, Amigos da Aliança de Misericórdia

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