Inspirado por seu lema episcopal Miserando atque eligendo (“Com misericórdia o chamou”), o Papa Francisco pregou incansavelmente que a misericórdia é a carteira de identidade de Deus. Em inúmeras homilias, audiências e documentos, reforçou que a Igreja não pode ser uma fortaleza fechada, mas um hospital de campanha, aberto a todos os que sofrem. Sua visão de uma Igreja “em saída” orientou cada gesto de seu pontificado, sempre em sintonia com o clamor dos mais pobres.

Durante sua primeira viagem internacional, em julho de 2013, o Papa Francisco veio ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Em meio a milhões de jovens, destacou a importância da misericórdia por meio de gestos concretos. Um dos momentos mais emblemáticos foi sua visita à Comunidade de Varginha, em Manguinhos, onde declarou: “Ninguém pode permanecer indiferente às desigualdades que ainda persistem no mundo!”.

Francisco também visitou o Hospital São Francisco de Assis, reforçando seu compromisso com os doentes e os que vivem nas periferias da existência. Essas visitas não foram apenas protocolares, mas expressões vivas do seu desejo de uma Igreja próxima, que toca as feridas do povo com ternura e compaixão.

O legado escrito de Francisco reforça sua identidade como o Papa da Misericórdia. Seus principais documentos tratam diretamente da misericórdia, como a ternura de Deus para com a humanidade:

• Evangelii Gaudium (2013) – Primeira exortação apostólica de seu pontificado, em que convida a Igreja a anunciar o Evangelho com alegria, priorizando os pobres e promovendo uma evangelização misericordiosa e próxima do povo.
• Misericordiae Vultus (2015) – A bula que instituiu o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convocando todos os católicos a redescobrirem o rosto misericordioso de Deus. Foi uma celebração sem precedentes, que envolveu dioceses do mundo inteiro.
• Misericordia et Misera (2016) – Carta apostólica que encerra o Ano Santo, na qual Francisco reafirma que “este é o tempo da misericórdia”. Ele insiste que a prática da misericórdia deve continuar a ser o estilo da Igreja, mesmo após o Jubileu.

Francisco tinha o dom de comunicar verdades profundas com palavras simples, mas repletas de compaixão. Abaixo, algumas frases sobre a misericórdia ditas pelo Papa Francisco:

• “O confessionário não é uma sala de tortura, mas um encontro com a misericórdia de Deus.”
• “É na periferia que Deus se revela.”
• “A misericórdia muda o mundo porque muda os corações.”
• “Não existe pecado que Deus não possa perdoar.”
• “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai.”
• “As feridas dos pobres são as feridas de Cristo.”
• “A indiferença é inimiga da misericórdia.”
• “A Igreja vive um desejo inesgotável de oferecer misericórdia.”
• “Não devemos ter medo da bondade, nem sequer da ternura.”
• “O nome de Deus é Misericórdia.”

O Papa Francisco não apenas falou sobre misericórdia, ele viveu a misericórdia. Sua forma de se relacionar com os fiéis, em especial os pobres, os refugiados, os doentes mostrou uma Igreja com o rosto de Cristo: compassiva, próxima e humana.

Francisco nos ensinou que a misericórdia não é um sentimento vago, mas uma força que transforma o mundo.