Santo Estevão: Morte e Vida na visão cristã

Agora no dia 25 de dezembro festejamos com muita alegria o nascimento de Jesus, o Filho de Deus que Se fez homem como nós.

Um grande contraste

Depois de uma “grande alegria” (Lc 2, 10), no dia seguinte, uma morte: a de Santo Estêvão, que como nos fala São Fulgêncio de Ruspas “celebramos o nascimento do nosso Rei e logo no outro dia, 26 de dezembro festejamos o martírio de um soldado”.

Aparentemente há um contraste evidente entre vida e morte. No entanto há uma realidade emblemática realçando que nascemos para morrer e morremos para viver. Este Menino que nos foi dado para ser mártir, e consideravam que o verdadeiro nascimento é para a vida eterna, no sentido que nos abre a porta do céu.

E, é por isso que a celebração dos mártires e de todos os santos canonizados pela Igreja Católica Apostólica Romana é o dia da sua morte.

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Precisamente, Santo Estêvão foi o primeiro mártir a ser coroado. Aliás, o seu nome significa coroa.

A Igreja, no mesmo São Fulgênio de Ruspas, sempre acreditou “que fez Cristo descer do Céu à Terra foi o mesmo que elevou Santo Estêvão da Terra ao Céu”. E este é o amor que Deus nos deu, Seu único Filho.

O discípulo semelhante ao Mestre

O amor que existia no Rei é o mesmo amor que o soldado de Cristo declarou antes de entregar ao Pai o Seu espírito: “Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. (Lc 23, 34) e do mesmo modo disse: “Pai em tuas mãos eu entrego o meu espírito”. (Lc 23, 46).

Santo Estêvão chegou a ter dois dias de festas no calendário romano: a 26 de dezembro e a 3 de agosto, o dia que se comemorava a descoberta de suas relíquias.

Consta que, em 415, um sacerdote chamado Luciano soube, através de uma aparição de Gamaliel, mestre de Saulo na Lei dos judeus, onde estavão as relíquias de Santo Estêvão. Feitas as devidas escavações, encontraram os seus restos mortais em 3 de agosto daquele ano.

Portanto, podemos claramente perceber pelos fatos narrados tanto nos Evangelhos Sinóticos, (quer dizer parecidos) quando narram o nascimento do Menino Jesus em Belém na Judéia como no nascimento de Santo Estêvão para o Céu.

Não uma aparente contradição entre nascimento e morte, mas um profundo caminho que a todos Deus espera celebrar: o nosso nascimento para o Reino dos Céus.

Eu e você somos vocacionados, isto é, chamados a celebrarmos um dia esta grande festa que os homens e mulheres desse mundo esperam.

Pe. Estevão

Padre da Aliança de Misericórdia

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