Minha história com Aparecida

Aos 9 anos de idade, eu era uma criança saudável e cheia de energia, porém esta realidade estava prestes a mudar.

Numa noite acordei de madrugada para ir ao banheiro. Ao retornar para a cama, comecei a sentir muitas dores no abdômen, e fraqueza nos músculos das pernas. De repente, meu corpo foi sacudido violentamente, sem que eu pudesse controlar; comecei a gritar, o que acordou todos em casa.

Minha mãe e meu pai tentavam me reanimar, mas, a convulsão não deixava me comunicar com eles; num descuido, causado pelo desespero de minha mãe, ela derrubou todo o frasco de álcool nos meus olhos e desmaiei pela dor. Acordei na enfermaria do hospital com o médico me olhando e dizendo que eu não tinha nada, estava enganando meus pais; foi uma noite terrível. Tive uma outra convulsão minutos depois e mais uma vez perdi a consciência.

Dias depois fui ao neurologista. Fiz uma bateria de exames; tomografia, eletroencefalograma, teste psicológico e nada foi detectado. Comecei a fazer tratamento com medicação para doentes epiléticos; tomava-os todas as noites. No ano seguinte tive outra crise, o que fez com que o médico mudasse a medicação. Aquela situação me chateava demais, pois, não gostava de tomar tantos remédios assim. Porém, minha mãe não percebeu que eu estava pulando os dias da medicação: criança é fogo, pensava que eu estava bem, já fazia um tempo que não sentia mais nada.

Quando completei 12 anos de idade, mais uma vez à noite, tive uma crise enquanto dormia: acordei nos braços de minha mãe na sala de casa, enquanto minha tia corria pela vizinhança implorando para que alguém me levasse para o hospital. Ali, no colo de minha mãe, e sentindo dores terríveis no corpo, as lágrimas dela banhavam meu rosto; estávamos em frente ao tradicional quadro onde Nossa Senhora Aparecida, paira sobre o céu na passarela que liga a Basílica nova e a antiga. Lembro-me da oração dela: “Nossa Senhora por favor, não leva minha filha, salva ela! “.

Finalmente um vizinho acordou, e correu conosco para o pronto socorro. Lá tive mais cinco crises convulsivas o que me fez ficar no soro e ficar dois dias no hospital. A pediatra de plantão, quando soube do meu histórico e do erro na medicação, deu uma bronca na minha mamãe dizendo: “Um tratamento assim nunca pode ser interrompido. Sua filha teve cinco crises convulsivas seguidas; eu não sei como ela está sem sequelas, foi um milagre ela estar bem“.

Meu pai, que trabalhava à noite, chegou no hospital quando o dia nem havia amanhecido. Já em casa, disse para mim que havia feito uma promessa à Nossa Senhora Aparecida pedido a minha cura. Voltei porém a tomar os remédios rigorosamente todas as noites.

Os anos se passaram, e finalmente tive alta. Foi o dia mais feliz da minha vida ouvir o médico dizer que eu não tinha mais nada, nenhum vestígio da misteriosa doença.

A promessa? Meu pai é uma pessoa muito simples, para ele, meu problema era nas pernas, por isso, a promessa consistia em levar um pezinho de cera ao Santuário de Aparecida, junto comigo. Como éramos muito pobres, nunca tivemos oportunidade para irmos juntos cumprir este voto. Parti de casa aos 20 anos para ser missionária da Aliança e os nossos caminhos tomaram rumos diferentes.

Meus pais no Santuário de Aparecida.
Meus pais no Santuário de Aparecida.

Este ano, depois de exatos 24 anos desde a promessa, finalmente no mês de fevereiro, fomos entregar o pezinho de cera. Foi emocionante e simples. Contemplamos cada parede da “Sala dos Milagres”, louvando a Deus por cada história de cura, conquistas, pessoas salvas de acidentes; ali ricos e pobres, anônimos e famosos estão sob o manto de uma só Mãe.

Viva a nossa Mãe Aparecida, viva a sua intercessão! Rogai por nós e por nossas famílias

Fernanda Tabosa

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