Jovens da Formação fazem experiência de missão no centro de São Paulo/SP

Anualmente o 1º ano da Casa de Formação Imaculada do Espírito Santo (IES), onde são formados os missionários da Aliança de Misericórdia, fazem uma experiência de missão de rua, procurando manter vivo aquilo que foi a experiência inicial do carisma.

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Nesse ano, a missão foi realizada entre os dias 01 e 04/10, na região central de São Paulo, abrangendo Praça da Sé, Páteo do Colégio, Largo de São Francisco, Largo do Paissandu, Praça do Patriarca e arredores.

Jovens da Casa de Formação
Jovens saindo da Casa de Formação. Alegria de ir em missão.

Nosso irmão Lincon de Jesus Eucaristia, missionário da Comunidade de Vida e seminarista, fala sobre como foi a missão nas ruas do centro de São Paulo e de como este encontro gerou frutos de vida. Acompanhe:

“O grupo tinha em torno de 40 pessoas, entre jovens da formação, formadores e voluntários, todos animados e desejosos em levar a Palavra de Deus para um povo sedento e muitas vezes, sem esperança.

Iniciamos a missão no dia de Santa Teresinha (01/10) e finalizamos no dia de São Francisco (04/10), com muitos sinais da ação e da presença de Deus entre nós e nos pobres que encontramos.

‘Percebi que Deus nos conduzia em um caminho de pequenez e pobreza para encontrar nos mais pobres um Deus misericordioso’, disse uma jovem da formação e isso era unânime entre todos do grupo.

Jovens saem em missão
Jovens saem em missão.

Sem usar de muitas palavras, éramos reconhecidos pelos irmãos, por levarmos a presença de Deus, e era isso que os fazia desejarem estar conosco.

“Vocês são diferentes”

Missionários interagem com moradores de rua.

Certa vez, em uma partilha, um irmão (chamamos assim os moradores de rua) chamado Anderson, falava que em nós ele encontrava descanso, pois vivíamos em união e amor fraterno; ‘Vocês são diferentes!’, dizia um outro irmão.

Quando passávamos pela Cracolândia (região com grande concentração de usuários de crack em São Paulo) alguns se aproximavam apenas para receber um abraço, outros nos chamavam de anjos, e em tudo dávamos graças a Deus!

Finalizamos com uma Missa presidida pelos padres Custódio e Leandro Rasera, na Cracolândia, e conosco estavam os irmãos e irmãs que escolheram sair da rua, uma delas era a Paloma Leôncio de 30 anos, que morava nas ruas há pelo menos 10 anos, dizia:

‘Sinto que Deus me dá uma oportunidade de viver; sofri muito na rua, as pessoas sempre dão comida e agasalho e mesmo assim estou só, e com vocês não me sinto só, eu quero mudar, ser melhor, recomeçar’.

Uma jovem chamada Karine, dizia: ‘Agradeço a Deus por ter conhecido vocês, quero sair dessa vida, desse lugar’.

Rita, uma jovem da formação, dizia: ‘Percebi que minhas misérias se igualavam as deles, eu me via tão pobre quanto eles, e isso me transformou, mudou o meu olhar, meus conceitos, me faz ter novas escolhas’.

Ravenna, uma outra jovem da formação, dizia ‘Deus me levou a ter mais compaixão, a me abaixar e acolher os irmãos como Ele acolheria, poder olhar nos olhos e escutar histórias tão sofridas, mais junto a eles ter esperança de uma vida transformada pela misericórdia de Deus'”.

À Escola do pobre

A espiritualidade da Aliança é a fusão de quatro pontos do agir evangélico que identificamos como “escolas”: Escola do Espírito, Escola da Palavra, Escola de Maria e Escola do pobre.

Esta última é descrita assim: “Do pobre aprendemos a nos alegrar com o pouco, a apreciar tudo, a partilha de cada coisa, a agradecer e a pedir perdão, a recomeçar sempre com humildade, com o coração livre, com o coração de criança”(Estatuto da Família Aliança de Misericórdia, par. 45)

Temos consciência que, se nos afastarmos do pobre, nos afastaremos do Cristo e do cumprimento integral da nossa missão que é anunciar a misericórdia do Pai.

Por esta razão, não só os missionários vão às ruas e comunidades ao encontro das pessoas, mas toda a obra social e assistencial da Aliança encontra sua razão de existir em agir, nestes, mais pequenos e esquecidos.

“Ouvi, meus caríssimos irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo para que fossem ricos na fé e herdeiros do Reino prometido por Deus aos que o amam?” (Tg 2, 5)

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