São João Damasceno é um grande Santo da Igreja que escolheu a vida ascética e foi também um grande teólogo e Doutor da Igreja. Conheça um pouco mais da vida desse santo e o que ele nos ensina em pleno 2022.

Nasceu na cidade de Damasco, na Síria, membro de uma influente família árabe-cristã e desde cedo recebeu diversas responsabilidades, como a administração do califado local. Após alguns anos como administrador, pelo fato de ter estudado filosofia e teologia em Constantinopla, foi deportado como escravo para a Síria.

Esse fato marcou sua vida, e alguns anos depois tornou-se um monge eremita. No ano 700 distribuiu seus bens aos pobres e entrou para o mosteiro de São Sebas.

Posteriormente, foi ordenado sacerdote e recebeu o cargo de pregador titular da Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém.

Em Jerusalém, São João Damasceno viveu grande parte de sua vida, deixando grandes tesouros para a fé em seus escritos, sendo conhecido até como o “São Tomás do Oriente”.

Uma das causas que São João Damasceno defendeu foi a das imagens sagradas. Em sua época, as imagens não eram muito difundidas. Havia uma interpretação errônea do Antigo Testamento que levou até o imperador bizantino Leão Isáurico a declarar guerra contra o culto das imagens santas.

Por isso, São João Damasceno, a pedido do Papa Gregório III assumiu o papal de defensor das imagens e a luta contra a iconoclastia.

São João usava-se da teologia para travar essa batalha, utilizava a tese da Encarnação Divina, Deus se tornou homem, o Deus invisível tornou-se carne visível e, por isso, as imagens poderiam ser feitas como uma representação do Deus Encarnado e dos santos mortais.

Bento XVI recordou este santo em sua catequese, na Audiência Geral de 6 de maio de 2009: “João Damasceno foi o primeiro a fazer a distinção, no culto público e privado dos cristãos, entre a adoração e a veneração: a primeira, pode ser dirigida somente a Deus; a segunda, pode ser utilizada como imagem para se dirigir a uma pessoa à qual presta culto”.

Além da defesa das imagens, São João Damasceno contribuiu muito com a Igreja. Sua principal obra “De Fide orthodoxa” simplesmente resume e explica o pensamento da Patrística Grega e as decisões dos concílios da época e é uma grande referência para a Teologia Católica e Ortodoxa.

Escreveu também a “De haeresibus” combatendo as heresias cristãs mais difundidas na sua época.

Nossa Senhora e o milagre da mão

A tradição nos conta que quando ainda residia na corte, São João Damasceno foi acusado de traição e, como sentença, sua mão direita foi amputada. Então, João rezou com ardor, diante de um ícone da Virgem: ela atendeu as suas orações e, prodigiosamente, recolocou a mão no seu lugar.

Como reconhecimento, João mandou fazer uma mão de prata, que foi acrescentada ao ícone. Assim, deu-se origem ao culto oriental da Virgem Tricherusa, ou seja, de três mãos.

Oração de São João Damasceno a Nossa Senhora

“Saúdo-vos, Maria, esperança dos cristãos!

Atendei a súplica de um pecador, que vos ama com ternura,

vos honra, de modo particular,

e deposita em vós toda a esperança da sua salvação.

Recebi de vós a vida.

Vós me reconduzis à graça do vosso Filho

e sois penhor seguro da minha salvação.

Rogo-vos, pois, de livrar-me do peso dos meus pecados;

dissipar as trevas do meu coração;

reprimi as tentações dos meus inimigos

e guiai a minha vida, de tal modo que eu possa,

por vosso intermédio e sob a vossa proteção,

chegar à felicidade eterna do Paraíso”.

Fonte: Vaticanews