Como ir para o céu recolhendo um alfinete do chão?
Sem dúvida, esta frase nos causa uma certa curiosidade, pois todos nós queremos ir para o céu, todos nós acreditamos que este seja o fim último da nossa existência e que a nossa vida consiste em viver para Deus.
Quem quer ir para o céu?
“Apanhar um alfinete por amor pode converter uma alma. Que grande mistério! Só Jesus pode dar um valor tão grande às nossas ações. Amemo-Lo, pois, com todas as nossas forças.” (Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face)
Sem dúvida, esta frase nos causa uma certa curiosidade, pois todos nós queremos ir para o céu, todos nós acreditamos que este seja o fim último da nossa existência e que a nossa vida consiste em viver para Deus.
Quando ouvi pela primeira vez esta frase e sobre a pequena via, desejei entender o que viria a ser este método, aparentemente fácil de percorrer, pois é acessível a cada um de nós.
Todos temos capacidades para apanhar um alfinete ou coisas maiores do chão, mas não é bem assim…
Nem todos conseguimos fazer daquele pequeno gesto um ato puro de amor. Muitas vezes valorizamos aquilo que brilha perante os nossos olhos, e não somos capazes de procurar a pérola que brilha no escondimento de cada ação, ou seja, por trás de cada pequena escolha existe uma renúncia e uma intenção.
Apesar de ser chamada “pequena via”, não significa que seja um caminho fácil e que não nos custe.
Contemplar a vida
Ao entrarmos neste itinerário de vida desta grande santa, somos chamados a um olhar contemplativo diante dos acontecimentos do nosso dia a dia. Teresa vai nos ensinar o grande segredo do amor a Deus em cada ação por meio da pequena via, querendo aproveitar cada instante e situação apenas para amar Jesus.
Teresa queria ser uma grande santa, mas ao olhar para os grandes santos, percebia um abismo que havia entre eles, mesmo assim, sabia que Deus não a poderia inspirar desejos irrealizáveis, logo poderia sim aspirar a santidade.
Reconhecendo não ser capaz de ser santa, desejou em seu interior que o próprio Deus fosse sua santidade.
Um caminho novo
Foi então que ela descobriu um caminho a qual ela disse no seu Manuscrito C, “… quero encontrar uma maneira de chegar ao Céu por um caminho muito direto, muito curto, um caminho inteiramente novo”.
Teresinha (assim chamada pelos devotos) entendeu que era muito pequena para chegar a Deus pelas suas próprias forças; para chegar à perfeição precisaria de algo que a levasse até Ele.
Entende que não existe outro meio a não ser permanecer pequena e, deste modo, alcançar a misericórdia de Deus. Compreende que o “elevador” que a faz subir até o céu, são os braços de Jesus, assim, ela não precisaria crescer, mas permanecer pequena.
Encontramos nesta grande santa uma confiança total, que ao descobrir-se pequena, se joga nos braços de Jesus, se abandona completamente na vontade de Deus.
A vítima do amor
Nela encontramos o reconhecimento do amor misericordioso, o qual ela mesmo se oferece como vítima de holocausto, se entrega como vítima do amor misericordioso. Em seu coração está enraizado o desejo profundo de fazer Jesus amado, e sua ação tem uma única finalidade: amar Jesus e salvas as almas.
Através de sua pequenez experimentou um amor incondicional, que lhe deu impulso a fazer de sua vida uma oferta de amor, nada lhe poderia escapar aos olhos.
A purificação da alma
A pequena via é também um caminho de purificação, e é através das pequenas ações que a sua alma vai sendo purificada. Muitos foram os desafios no Carmelo e estes desafios foram luz no seu percurso.
Quando se trata de fazer pequenos gestos, estes devem ser acompanhados pelo amor, pois para ela o amor é a base para todas as ações:
“Sim meu bem-amado! Assim se consumira a minha vida (…) não tenho outro meio de te provar o meu amor, senão o de lançar flores, isto é, não deixar escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra; aproveitar todas as mais pequenas coisas e fazê-las por amor e gozar por amor. Assim lançarei flores diante do teu trono, não encontrarei nenhuma sem a desfolhar para ti…”. (História de uma Alma – manuscrito B)
Convite concreto
Podemos também dizer que a vida de santa Teresinha é uma vida mergulhada no Evangelho, aprendeu nas coisas mais simples viver como uma mulher virtuosa.
Como viver tudo isso em nosso quotidiano? Como trazer a “pequena via” para a nossa realidade? Situações para vivê-las não nos faltam. Nos deparamos hoje com uma realidade de grandes sofrimentos, pessoas que perderam a fé, que perderam a esperança e o amor a Deus e ao próximo.
Nos encontramos perante pessoas que não conseguem perceber o valor das pequenas escolhas, nos deparamos com a falta de sentido.
Somos convidados, a exemplo de Sta. Teresinha, a sermos pequenos e encontrar o nosso elevador para nos fazer chegar a Deus. Que possamos fazer de tudo para fazer Jesus amado e salvar as almas.
Ir. Geane, missionária de vida, Portugal
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