“Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que Ele escolheu para sua herança”. (Sl 33, 12)

O que é importante deixar neste mundo?

Ao nos decidirmos por um candidato temos a esperança de que ele vá atuar em favor das pessoas, visando o bem estar de todos, de forma honesta e justa.

Atentos, devemos não só pensar no presente, mas no futuro que estaremos deixando às gerações vindouras.

Tudo o que fazemos no presente é ajuntar tesouros, uma herança que vamos deixar dizendo “isto é tudo o que construímos, nossa maior riqueza”.

Voltar os olhos para o essencial

Através do Salmo 33 (32) queremos propor uma reflexão sobre o que é mais importante para o nosso país hoje; acima de uma economia forte, infraestrutura de ponta, estão a busca pelo Bem, o amor à Verdade e à Justiça.

Esse é o bem mais valioso que podemos deixar. Fazer perceber que o bem vale a pena e que quem busca a justiça e a verdade nunca ficará sem resposta.

Pois a falta destes elementos torna qualquer obra e ação humana, qualquer governo ou nação, fadado ao completo fracasso, suscetível à corrupção e corrompendo tudo ao seu redor.

Convidados a uma ação

Exultai, ó justos, no Senhor; louvai-o, retos de coração. (Sl 33, 1-3)

Nos versículos de 1 a 3 vemos um convite ao louvor de Deus dirigido a um determinado grupo “justos e retos de coração”. Por que só eles são convidados? A resposta vem nos versículos 4 e 5:

“As Palavras do Senhor são verdadeiras, as suas obras nascem da fidelidade”.

Os justos e os retos de coração buscam respectivamente a verdade e algo em que possam confiar. Nada irrita mais alguém do que ser enganado, ou melhor, saber que foi enganado.

Quando ouvimos nos noticiários tantos escândalos de corrupção, uma atitude que parece comum na maioria políticos, cresce em nós uma grande descrença e realmente não sabemos em quem confiar.

O salmista pede para que os justos, os que estão indignados e “têm sede de justiça”, voltem o olhar ao Único com palavras verdadeiras, que não manipula, nem ludibria.

Tudo o que Deus fez, nasceu, não de uma vontade interesseira, mas da Sua própria fidelidade e amor. Ele prometeu, Ele cumprirá!

O Senhor das nações

Logo mais à frente à partir do v.10, o salmista faz referência à ação de Deus na ordem geopolítica.

“O Senhor desfez os planos das nações, frustrou os projetos dos povos”.

Ora, o que faria Deus intervir nas ações de nação e nos seus projetos? Toda vez que alguma decisão política afeta negativamente o bem e a felicidade das pessoas, este projeto é mau.

Um governante deve agir para o todo e não para grupos ou pequenas fatias de uma sociedade. Seu discurso e ações devem abarcar o bem comum, além de estar disposto a ouvir e aceitar, com humildade, eventuais críticas mudando de direção caso isso seja para o bem da nação.

Para isso, ele deve ser uma pessoa extremamente reta moralmente. Como ressaltou, em certa ocasião o então Papa Bento XVI:

“…a retidão moral e o respeito imparcial por outros e seu bem-estar, são essenciais para o bem da sociedade, já que criam um clima de confiança nos intercâmbios humanos, sejam religiosos, econômicos, sociais ou culturais, civis ou políticos…” (Bento XVI, 05/07/10 – Turquia).

Um governante Justo e Bom

“Só o plano do Senhor permanece para sempre, e os desígnios do seu coração, por todas as gerações.”(v.11)

Os planos de governo, projetos e ações se esvaem com o tempo. Para que alguma coisa permaneça para sempre devem estar alicerçadas em valores eternos, universais inscritos em nós pelo Criador, pois “Ele formou o coração de cada homem e discerne todas as suas obras” (v. 15).

Desde a antiguidade os filósofos afirmavam a existência de uma lei natural, que nada mais é do que um conjunto de leis universais sobre a qual se apoia o direito natural. Como por exemplo, é preciso fazer o bem, honrar pai e mãe, cultuar a divindade… Essas normas não são atribuídas a determinado chefe ou cacique, mas à própria natureza ou Divindade.

Buscar o bem e a verdade está inscrito no DNA de cada homem.

Por tudo isso, independe de nossa posição, ou religião, voltemos o olhar para o bem do nosso país, valorizando aquilo que nos une como povo. Busquemos o bem em todos os níveis da sociedade.
No vídeo a seguir, Pe. João Henrique nos faz um convite, para lutarmos juntos por um novo Brasil.

Deus tem uma promessa para a nossa Nação!

Que possamos nos unir em oração, em prol do bem maior, consagrando nossa nação à Jesus Cristo. Colocando o Brasil aos pés do Justo, afastando todo plano malvado que tenta destruir o povo escolhido por Ele.

Ele que nos criou por amor só pode ter planos maravilhosos para nós. Não duvidemos disso, pois os olhos do Senhor velam pelos Seus fiéis, por aqueles que esperam em Sua bondade.

“Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que Ele escolheu para sua herança”. (Sl 33, 12)

Para aprofundar:

– Dom Estevão Bittencourt, 2004 – Lei Natural: o que é? Existe mesmo? 
– Padre Paulo Ricardo, 2013 – Política um dever católico
– Bento XVI, 2010 – Sobre o respeito à dignidade humana