A verdade vos libertará
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”
O Senhor e os escravos
“O escravo não fica para sempre em casa”. Esta casa é a Igreja e o escravo é o pecador, pois os pecadores entram na Igreja em grande número.
O Senhor não diz que o escravo não está, mas que “não fica para sempre em casa”. (…) Quando o rei de toda a justiça estiver sentado no seu trono, como diz a Escritura (Mt 25,31), quem poderá glorificar-se de ter um coração puro?
Quem poderá glorificar-se de não estar manchado pelo pecado? (…) Onde reside, pois, a nossa esperança, quando estamos cheios de pecados?
Ouve qual é a tua esperança: “O filho é que fica para sempre. Mas, se o Filho vos libertar, sereis realmente homens livres”. … Éramos escravos do nosso egoísmo; sendo libertados, seremos servos do amor, como diz o apóstolo Paulo:
“Irmãos, de facto, foi para a liberdade que vós fostes chamados. Só que não deveis deixar que essa liberdade se torne numa ocasião para os vossos apetites carnais. Pelo contrário: pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros” (Gal 5,13).
Um cristão não pode dizer: “Sou livre, fui chamado à liberdade; era escravo, mas fui resgatado, pelo que deixei de ter entraves e posso fazer o que quiser. Que ninguém se oponha à minha vontade: sou livre!”
Não, se te serves dessa vontade para cometer pecados, tornas-te escravo do pecado. Por isso, não abuses da tua liberdade (…); pelo contrário, serve-te dela para evitares o pecado. Serás livre se te tornares servo, livre do pecado se te tornares servidor do bem.
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o evangelho de João, n.º 41, 8
Segundo fonte de Evangelho Quotidiano
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